Crédito volta a desacelerar em outubro com habitação a cair

Banco de Portugal revela que foram concedidos 100,1 mil milhões para a compra de casa. 

Os portugueses estão a recorrer menos a crédito. E essa queda é visível tanto para empresas como para particulares. De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta redução é mais visível no crédito à habitação.

E poderá ainda cair mais já que os bancos vão ponderar as despesas com energia dos agregados familiares na fatura da concessão de empréstimos para a compra de casa. Esta é uma das novidades que a entidade liderada por Mário Centeno introduziu, ao analisar a exposição do sistema financeiro aos riscos climáticos, e o seu impacto na carteira de crédito hipotecário.

De acordo com os dados do regulador, no final de outubro, o montante total de empréstimos para habitação era de 100,1 mil milhões de euros, mais 0,1 mil milhões de euros face ao mês anterior. Ainda assim, representa um aumento de 4,2% em relação a outubro de 2021, mas é o terceiro mês consecutivo de desaceleração.

Também os empréstimos ao consumo também abrandaram, ao totalizar 20,7 mil milhões de euros no mês passado, mais 6% relativamente a outubro de 2021 (6,3% no mês anterior).

Quanto às empresas, os bancos concederam empréstimos no montante de 76,2 mil milhões de euros até ao final de outubro, menos 0,5 mil milhões de euros do que no final de setembro. Esta evolução corresponde a um crescimento de 1,1% em relação a outubro de 2021, o que se traduz num abrandamento.

“Esta desaceleração foi mais expressiva nas micro e pequenas empresas e nos setores do alojamento e restauração e das atividades de consultoria e administrativas”, explica o BdP. No sentido oposto seguiram os empréstimos concedidos às grandes empresas e às empresas do setor do comércio, que aceleraram.

O regulador  divulgou também os dados sobre os depósitos, que indicam que “no final de outubro de 2022, os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizavam 182,1 mil milhões de euros e os das empresas 65,1 mil milhões de euros”.

Já os depósitos das empresas aumentaram 0,8 mil milhões de euros em relação a setembro, crescendo assim 9,8% relativamente a outubro de 2021, o que “interrompeu seis meses consecutivos de desaceleração”.