TAP e Aeroporto de Lisboa são “duas faces da mesma moeda”

Ministro diz que  “não são separáveis”, mas em relação ao novo aeroporto promete uma decisão que seja “amplamente participada”.

A TAP e o aeroporto de Lisboa, são “duas faces da mesma moeda”. A garantia foi dada pelo ministro das Infraestruturas ao defender que “não são separáveis”, e como tal, disse que “é muito importante que tenhamos isto muito bem presente”, revelou, no colóquio ‘Novo aeroporto: tempo de decidir’, promovido pelo Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa.
“A TAP é a maior companhia europeia a ligar a maior economia da América do Sul à Europa”, chamou a atenção Pedro Nuno Santos e apesar de não querer defender nenhuma localização lembrou que é preciso ter em conta “algumas características” que podem pesar na decisão a ser tomada. 

De acordo com o ministro, em relação ao novo aeroporto, o objetivo do Governo é tomar uma decisão baseada num processo “amplamente participado”. 

Essa garantia surgiu no mesmo dia em que o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) indicou seis peritos para integrar a Comissão Técnica Independente para fazer a análise estratégica e multidisciplinar do novo aeroporto de Lisboa, ficando assim responsáveis por levar a cabo a avaliação ambiental estratégica em relação à futura localização da nova infraestrutura, estando em cima da mesa cinco soluções, podendo ainda propor mais soluções se assim o entenderem. 

Em causa está a solução em que o aeroporto Humberto Delgado fica como aeroporto principal e Montijo como complementar, uma segunda em que o Montijo adquire progressivamente o estatuto de principal e Humberto Delgado de complementar, uma terceira em que Alcochete substitui integralmente o aeroporto Humberto Delgado, uma quarta em que será este aeroporto o principal e Santarém o complementar e uma quinta em que Santarém substitui integralmente Humberto Delgado. 

Concessionária alerta para riscos

O presidente executivo da ANA Aeroportos disse, no entanto, que deve ser “seriamente avaliado” o risco de qualquer uma das soluções aeroportuárias para Lisboa não conseguir uma declaração de impacto ambiental favorável. E, de acordo com Thierry Ligonnière, nesse caso “ficaríamos, claramente, sem solução”.

O responsável adiantou também que, para a escolha da futura localização, deve ser tido em conta quanto custa cada opção e de onde vem financiamento, bem como o calendário de implementação das diferentes opções, calculando o custo da perda de oportunidade para o país em cada um dos casos. “Qualquer que seja a solução escolhida, a ANA é compensada pelo custo da implementação. A escolha da solução A ou B é neutra para a ANA, mas não é neutra para os passageiros ou para os cidadãos, porque o custo das infraestruturas é sempre assumido, no final, pelos utilizadores ou pelos contribuintes”.

Já o administrador de operações da TAP, Ramiro Sequeira, defendeu que Portugal, os clientes e a própria companhia aérea, “merecem uma infraestrutura com todas as valências concentradas num único polo”. O responsável da transportadora voltou a garantir que a Portela está saturada e que o espaço aéreo está congestionado, o que faz com que a pontualidade, naquele aeroporto, “seja uma das mais baixas a nível mundial”.

Autarcas defendem novo aeroporto

Os presidentes da Câmara de Lisboa e do Porto defenderam que o reforço da capacidade aeroportuária da região de Lisboa deve passar por construir um novo aeroporto principal, ficando o Humberto Delgado como secundário. “Ter um aeroporto em Lisboa é um ativo e como presidente da Câmara Municipal de Lisboa tenho de defender esse ativo, mas como secundário em relação a qualquer outra decisão”, disse Carlos Moedas. Uma solução entendida por Rui Moreira como “a mais inteligente”.