Capitalismo popular e redes sociais

Daí que seja cada vez mais necessário os governos terem departamentos fortes que se oponham a trabalhos excessivos dos trabalhadores, nomeadamente contra horários.

por Pedro d'Anunciação

Quando Margaret Thatcher apareceu a defender o capitalismo popular, parecia mesmo uma coisa boa e teve muitos apoiantes nacionais (a começar pelo chamado Grupo de Ofir, onde António Lobo Xavier era na altura muito jovem e hoje é dos seus principais elementos). Significava o fim das empresas individuais a as empresas suficientemente grandes para serem de accionistas anónimos, e dirigidas por equipas especializadas.

Finalmente veio-se a ver que  eram mais desumanizadas do que as com donos, e dispostas a sacrificarem os seus trabalhadores para darem lucros rápidos.

Agora temos  as digitais, e sobretudo as muito conhecidas redes sociais, com o pior de cada parte. Tudo começou com o Twittter de Elon Musk. Mas esse tem uma agenda política demasiado direitista, e até anticonservadora, andando aos papéis, sem se saber bem que orientação vai tomar. Sabe-se o suficiente apenas para sair dela. Eu, pelo menos, saí. Não tem a menor credibilidade, e Musk parece querer apenas dar voz aos mais aldrabões, embora às vezes disfarce.

A seguir foram outras. Por exemplo, a Amazon, que anunciou 10 mil despedimentos. Nem sequer estava mal, nem se previa uma diminuição nos seus lucros ou vendas.

Daí que seja cada vez mais necessário os governos terem departamentos fortes que se oponham a trabalhos excessivos dos trabalhadores, nomeadamente contra horários. E que sejam tomadas medidas fortes, nem que sejam só fiscais, para quem não cumprir, quer sejam países, quer sejam empresas.