Caso TAP. “Não tive nenhuma relação com a decisão”, diz Medina

Ministro das Finanças garantiu: “Não conhecia, não atribuí e não concordei” com a indemnização de Alexandra Reis.

O ministro das Finanças diz não ter tido conhecimento prévio da atribuição da indemnização de 500 mil euros à ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, na sequência da saída da TAP.

“Não conhecia, não atribuí, não concordei” com a atribuição dessa indemnização, garantiu Fernando Medina aos jornalistas à margem da conferência de imprensa de balanço da economia.

Questionado sobre se tem condições para se manter no cargo, o governante atirou: “Com franqueza, não percebo bem a pergunta”, disse. E explicou: “Há aqui uma questão de fundo que é a seguinte: eu não ocupava nenhuma função governativa quando esta decisão da TAP é tomada. Creio que já terão reparado pela cronologia”, garantindo então: “Não tive nenhuma relação com a decisão”.

Fernando Medina acrescentou ainda que o que fez foi a sua obrigação: “Quando detetei que esta situação punha em causa a autoridade política da secretária de Estado em primeiro lugar e do ministério das Finanças de imediato, considerei que esses valores deveriam ser protegidos em absoluto”.

O governante recorda que pediu a Alexandra Reis que apresentasse o pedido de demissão, o que foi feito. “E, por isso, identificou-se um problema e decidimos rapidamente”. Mas considera que não se trata apenas de resolver um problema. “Não se trata só de resolver um problema de autoridade política num caso que é político e que assumiu estes contornos mas trata-se também de podermos avaliar como é que o sistema hoje funciona para corrigir o sistema que permitiu que estas situações acontecessem dentro de uma empresa tutelada pelo Estado e que deixem de acontecer num futuro”.

Sobre o porquê de ter convidado Alexandra Reis para o cargo, Medina destacou o currículo. “Era uma gestora muito conhecida, basta verem o currículo”, destacando a larga experiência no setor privado, na gestão pública e em vários setores.

Medina avançou ainda que se decidiu a realização de uma auditoria por parte da Direção-Geral das Finanças à forma como todo o processo ocorreu dentro da companhia aérea “e naturalmente com vista a tomar medidas para que situações deste género não se voltem a repetir”.

O ministro das Finanças aproveitou ainda para deixar uma palavra de agradecimento ao agora ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e à sua equipa “pela qualidade do trabalho que pudemos desenvolver em conjunto ao longo destes meses que estivemos no Governo e que ocupámos pastas que obrigam a um trabalho próximo” e “muito importante”.