Aviação. Tráfego aéreo na Europa recupera para 83% dos níveis de 2019

Tráfego aéreo europeu fechou 2022 com 9,3 milhões de voos. Valor acima do ano passado mas ainda abaixo de 2019, diz Eurocontrol.

2022 foi o ano em que a aviação europeia “resistiu à tempestade”, fechando o ano com 9,3 milhões de voos: mais 3,1 milhões do que no ano passado, ainda que ainda menos 1,8 milhões do que em 2019. Os dados são do organismo de vigilância do tráfego aéreo, Eurocontrol.

E salienta que estes “sólidos 83%” foram alcançados apesar “do pico da Omicron no início do ano e da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, que continua a ter enormes impactos socioeconómicos em todos os aspetos da economia europeia, incluindo a aviação”.

A liderar a recuperação das companhias aéreas em 2022 estavam as de low cost que regressaram a a 85% do movimento de 2019, contra 76% das restantes transportadoras. Ryanair (109% de 2019) e Wizz Air (114%) lideraram a lista.

Os dados mostram ainda que, no ano passado, as companhias aéreas e os aeroportos europeus acolheram cerca de 2000 milhões de passageiros, contra os 2420 milhões de 2019 mas com “fortes disparidades”. Neste caso, Portugal atingiu 96% do tráfego que tinha antes da crise, a Alemanha registou 75%, a França 86%, a Espanha 91%. Já a Grécia atingiu 101% do volume registado em 2019 e a Albânia 137%.

Apesar dos bons números, o Eurocontrol atira a recuperação total apenas para 2025. “À medida que avançamos para 2023 e mais à frente, estamos confiantes de que a recuperação continuará a fortalecer-se à medida que as questões de capacidade e pessoal forem progressivamente abordadas, mesmo que a um ritmo ligeiramente mais lento do que esperávamos antes da guerra. Esperamos que o tráfego total em 2023 atinja 92% dos níveis pré-Covid, com a recuperação total da pandemia ocorrendo em 2025”, perspetivam.

Para Eamonn Brennan, diretor-geral da Eurocontrol. “os números viraram a favor da aviação”, acrescentando que as previsões de procura reprimida “mostraram-se precisas e as pessoas demonstraram desejo de voar novamente” com picos de verão de 90% ou mais. No entanto, admite, “a volatilidade continua considerável e a recuperação é desigual entre os setores, mas as companhias aéreas e os aeroportos conseguiram reconstruir os seus balanços em 2022 e continuar a investir”.

Olhando para o futuro, o responsável entende que este ano que agora entrou “será o maior desafio” que a aviação vai enfrentar em mais de uma década “em termos de capacidade e redução de atrasos”, diz, acrescentando que “atrasos e pontualidade devem melhorar em toda a rede à medida que nos aproximamos dos níveis de tráfego total, e a conectividade com a Europa e especialmente o Extremo Oriente ainda está significativamente abaixo dos níveis pré-pandemia”.