Moção de censura. PS garante que será chumbada

Debate está marcado para quinta. Proposta é da Iniciativa Libera e foi apresentada após demissão de Pedro Nuno Santos. 

A Iniciativa Liberal (IL) apresentou uma moção de censura ao Governo, após a demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na semana passada, e o debate no Parlamento está marcado para quinta-feira. De acordo com o líder parlamentar do partido, Rodrigo Saraiva, a decisão do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, de agendar o debate para quinta-feira é “uma decisão contrária às regras de regimento”, e serve “para encaixar as necessidades”.

O líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Eurico Brilhante Dias, avançou que a maioria socialista na Assembleia da República, “lado a lado com os portugueses”, vai chumbar a moção de censura ao Governo apresentada pela IL. “É uma moção de censura que acrescenta pouco à vida dos portugueses e às soluções para que os portugueses possam viver melhor. E, por isso, mais uma vez, a maioria parlamentar, lado a lado com os portugueses, estará aqui para naturalmente chumbar esta moção de censura”, declarou.

Segundo Brilhante Dias, “o pior que o país podia ter neste momento era um quadro de crise política com eleições quando os juros estão a aumentar, quando a política precisa de estabilidade e de continuidade, como foi muito bem referido” pelo Presidente da República na mensagem de Ano Novo, sustentou.

O Bloco de Esquerda já decidiu que vai abster-se na votação da moção de censura ao Governo da Iniciativa Liberal, demarcando-se quer das lógicas de concorrência da Direita, quer de quem considera os casos no Executivo irrelevantes. “Até pela forma como foi feita, como está escrita, é mais um manifesto político e ideológico do que uma resposta à situação política atual. É feita numa lógica de concorrência à direita para marcação da posição política da Iniciativa Liberal”, apontou o líder parlamentar do partido, Pedro Filipe Soares.

O Partido Comunista Português já anunciou que vai votar contra a moção de censura da IL, alegando que aponta um caminho de intensificação e de aprofundamento das injustiças e de favorecimento dos grupos económicos. De acordo com Paula Santos, merecem ser censuradas e rejeitadas “as políticas de favorecimento dos grupos económicos que conduzem a maiores desigualdades e injustiças”.

Também Inês Sousa Real, do PAN, disse que esta opção “viola as regras do regimento”. No entanto, afirma que concorda com a proposta de Comissão de Inquérito.