Chega quer ouvir secretário de Estado do Ambiente no Parlamento sobre polémica com lóbi do lixo

Nascer do Sol noticiou nova polémica no Governo que envolve Hugo Pires.

Chega quer ouvir secretário de Estado do Ambiente no Parlamento sobre polémica com lóbi do lixo

O Chega requereu a audição do secretário de Estado do Ambiente no Parlamento, na sequência da notícia avançada pelo Nascer do Sol, que dava conta de que Hugo Pires tinha vendido a sua empresa de arquitetura e reabilitação urbana à empresa agrícola Penedo do Frade, detida por duas irmãs, que cultivou vários hectares de vinha num aterro sanitário do grupo Semural, Waste & Energy SA.

O Chega, citando várias informações da notícia do jornal, refere, no seu requerimento endereçado ao presidente da Comissão de Ambiente e Energia, que “as duas referidas irmãs são também acionistas da empresa, sendo uma delas (Lucinda Gomes Marques), assim como o irmão João José Guimarães Gomes Marques, membros do Conselho de Administração da Semural, Waste & Energy SA, que se dedica ao tratamento de lixo e resíduos, incluindo a importação lixo radioativo considerado perigoso”.

E lembra que o grupo Semural “está envolvido em polémicas com aterros sanitários, como o do Aterro do Sobrado no Concelho de Valongo que tem sido há vários anos alvo de contestação pela população e pela autarquia, derivado dos constantes maus cheiros e riscos para a saúde pública da população do Sobrado, tendo aliás ficado inibida em março de 2022, pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel e de acordo com determinação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), de depositar resíduos biodegradáveis neste aterro”.

A comissão parlamentar do partido sublinha ainda que o atual Secretário de Estado do Ambiente, na qualidade de deputado integrava a Comissão de Ambiente e Energia e que foi relator de um parecer sobre resíduos urbanos, no mesmo mês em que vendeu a empresa.

“O parecer em causa tem reveladas implicações sobre a empresa com a qual fez negócio, pelo que consideramos que devia ter declarado esse conflito de interesses e pedido escusa”, lê-se no requerimento assinado por Rita Matias e Gabriel Mithá Ribeiro.

Para o Chega, não existe um mecanismo de conduta ética que garanta futuras decisões, que venham a ser emanadas por esta secretária de estado, “não venham a revelar uma continuação desta revelada relação de negócio”.