Suécia abandona tratamentos baseados em ‘ideologia de género’: ‘falta evidência científica confiável’

A Suécia, Finlândia e o Reino Unido defendem que os menores com disforia de género devem ser tratados, em primeiro lugar com psicoterapia, e não com drogas/medicamentos e cirurgias.

Por Maria Helena Costa

Escritora e palestrante

Enquanto, neste ‘paraíso’ socialista empobrecido e atrasado, na Assembleia da República, a maioria de esquerda vai aprovando e impondo leis para que crianças sejam submetidas a bloqueadores de puberdade por volta dos 10 anos, hormonas do outro sexo aos 14 anos, cirurgia a qualquer momento entre 13 e os 18 anos, e se prepara para ‘criminalizar práticas de conversão’, com o objetivo de obrigar os profissionais de saúde a praticar a ‘afirmação de género’ nos seus pacientes, ou seja: se uma criança chega ao psicólogo ou ao psiquiatra e lhe diz que se sente um rapaz preso no corpo de uma menina, o psicólogo só pode dar-lhe os parabéns pela coragem de ‘sair do armário’ e apoiar tratamentos cujos efeitos secundários são: osteoporose no início da idade adulta, doença cardiovascular com risco de vida, esterilidade permanente e maior propensão para o suicídio. 

Na Suécia, o Socialstyrelsen [Conselho Nacional Sueco de Saúde e Bem-Estar (NBHW)] publicou novas diretrizes de tratamento para jovens com disforia de género, que instruem explicitamente os médicos a evitar o uso de drogas/medicamentos. O suporte psicossocial deve ser a primeira linha de tratamento. Citando a falta de evidências científicas como motivo para a tomada de decisão, o NBHWA informa: 

«A prescrição de bloqueadores de puberdade e de outros tratamentos hormonais a pessoas trans com menos de 18 anos deve parar».

As novas diretrizes não são juridicamente vinculativas, mas, na Suécia, os conselhos hospitalares são obrigados a levar em consideração a publicação do Socialstyrelsen para as melhores práticas. Esta decisão segue-se a uma mudança ocorrida em 2021, que eliminou o uso de bloqueadores da puberdade e hormonas do outro sexo para tratar jovens com possível disforia de género. De acordo com o NBHW:

«O suporte psicossocial, com vista a ajudar os menores a conviver com o desenvolvimento do seu corpo na puberdade, sem medicamentos, precisa [voltar] a ser a primeira opção na escolha dos cuidados de saúde. […] Atualmente, os riscos dos tratamentos de supressão da puberdade com análogos de GnRH [hormona bloqueadora da puberdade] e o tratamento com hormonas de afirmação de género superam os benefícios potenciais e os tratamentos [com bloqueadores da puberdade, hormonas do outro sexo e cirurgia] só devem ser oferecidos em casos excecionais».

A Sociedade sem fins lucrativos para Medicina do Género Baseada em Evidências (SEGM) informou: O NBHW acredita que “a disforia de género, e não a identidade de género (baseada na ideologia de género), deve determinar o acesso aos cuidados e tratamentos».

Esta atualização altera significativamente a conduta dos órgãos de saúde suecos adotada até 2015, que se baseava principalmente nas diretrizes da World Professional Transgender Health Association [Associação Profissional Mundial de Saúde Transgénero (WPATH)].

Desde então, e de acordo com o SEGM: «A WPATH tem vindo a ser denunciada internacionalmente, por profissionais médicos e de saúde mental, por causa da sua ‘adesão a visões ideológicas não apoiadas por evidências, exclusão de preocupações éticas e descaracterização da ciência básica’». 

As três principais razões, que levaram o NBHW a mudar as políticas de saúde, foram: 1) a falta de evidências científicas confiáveis, 2) o aumento de casos de destransição, com um número cada vez maior de pessoas a quererem voltar ao seu sexo de nascimento, e 3) um aumento enorme e inexplicável de casos de disforia de género juvenil, especialmente em adolescentes sem história prévia de sofrimento sexual.

Atualmente, as autoridades de saúde da Suécia, Finlândia e Reino Unido, fazem parte de um crescente consenso internacional que defende que os menores com disforia de género devem ser tratados, em primeiro lugar e como sempre haviam sido, com psicoterapia, e não com drogas/medicamentos e cirurgias, pois, já se sabe que adolescentes que usam hormonas do outro sexo após os bloqueadores da puberdade ficarão inférteis e que a cirurgia para remover os testículos ou os ovários irá torná-las permanentemente estéreis e não será reversível.

Resumindo: Os países pioneiros nas políticas identitárias e nos tratamentos de afirmação do género, onde a ideologia de género foi imposta à Escola e à sociedade há mais tempo, já perceberam que:

1. Urge devolver aos profissionais de saúde aquilo que é da sua competência. No caso, é preciso voltar ao que era feito antes de a ideologia se impor às boas práticas de saúde mental;

2. O aumento enorme e inexplicável de casos de disforia de género juvenil, especialmente em adolescentes sem história prévia de sofrimento sexual, precisa de ser urgentemente analisado e explicado;

3. O uso de bloqueadores da puberdade e hormonas do outro sexo, para tratar jovens com possível disforia de género, traz graves riscos para a saúde e não garante que a saúde mental desses jovens melhore, antes pelo contrário; 

4. Ideologia não é ciência. ‘Identidade de género’ e ‘disforia de género’ são coisas diferentes; 

5. A saúde das crianças não pode ser tratada de acordo ativismos lgbtetc e políticas identitárias, impostas aos profissionais de saúde, mas sim de acordo com a ciência e as boas práticas de saúde mental. 

Por isso, já em 2021, a Suécia eliminou o uso de bloqueadores da puberdade e de hormonas do outro sexo para tratar jovens com possível disforia de género. 

Entretanto, por cá, o Ministério da Educação não quer saber de nada disso e insiste em usar o site de Educação para a Cidadania [https://cidadania.dge.mec.pt/] para promover a ideologia de género. Para isso, o site contém vídeos do canal do YouTube ‘The Guys Cuddle Too’, criados e apresentados por dois transsexuais, que incentivam claramente as crianças a usar hormonas e a amputar partes saudáveis do corpo, usando o seu próprio exemplo e afirmando que todos esses tratamentos são perfeitamente reversíveis e que não há quase ninguém a arrepender-se de ter ‘mudado de sexo’, a exigir que os profissionais de saúde sejam ‘afirmativos de género’ e que sejam as crianças/adolescentes (o público alvo dos vídeos) a auto diagnosticar e exigir o próprio tratamento, contra tudo e contra todos, até porque eles estão disponíveis para os ajudar. 

É o Portugal socialista, sempre na cauda da Europa, a copiar e a infligir à sociedade os males já diagnosticados nos países dos quais copiaram e importaram a moda, mas que insiste no erro e avança teimosamente para a destruição dos mais vulneráveis e, claro, da família. Até quando?