ISEG prevê crescimento da economia entre 1% e 2,2% este ano

Esta previsão “tem como maiores fontes de risco a evolução da guerra da Ucrânia e o impacto e controlo da inflação”.

A economia portuguesa deve crescer entre 1% e 2,2% este ano, sendo que os maiores riscos são a evolução da guerra e a inflação, segundo as perspetivas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

“Para 2023, o crescimento da economia portuguesa deverá situar-se entre 1,0% e 2,2%, a que corresponde uma previsão pontual central de 1,6%”, dizem os economistas do ISEG, acrescentando que esta previsão “tem como maiores fontes de risco a evolução da guerra da Ucrânia e o impacto e controlo da inflação”.

Em termos dos grandes agregados da despesa nacional “espera-se que o investimento possa crescer 3 a 4%, que o consumo privado venha a crescer de 0,5% a 1%, que o crescimento do consumo público corresponda ao do OE aprovado (2,3%) e que o contributo da procura externa líquida venha a ser ligeiramente positivo”, lê-se na síntese de conjuntura divulgada esta terça-feira.

No que diz respeito a 2022, os economistas dizem que, em Portugal, devido à guerra da guerra na Ucrânia, do desenvolvimento do surto inflacionista e da subida das taxas de juro, o ano “terminou com os indicadores de confiança empresariais a atingirem mínimos do ano no 4º trimestre, ainda que no setor dos serviços e no setor do comércio a retalho os níveis sejam positivos e nos setores da indústria e da construção os níveis sejam negativos moderados”.

Os dados acrescentam que, entre os consumidores, “o pessimismo continua mais arreigado, a níveis mais profundos e sem recuperação de relevo desde o início da guerra na Ucrânia”.

Mas o mesmo não acontece na zona euro em que houve “uma melhoria do indicador de confiança dos consumidores e do indicador de sentimento económico nos dois meses finais do ano”.

O ISEG acrescenta que os dados dos indicadores quantitativos disponíveis para o 4º trimestre do ano passado “tornam provável que, em Portugal, durante o 4º trimestre, o crescimento em cadeia tenha sido positivo e se tenha situado entre 0,1% e 0,3%, sobretudo devido ao investimento (construção) e procura externa líquida”. A este crescimento em cadeia, acrescentam, corresponde um crescimento homólogo de 2,9% a 3, 2% e um crescimento anual de 6,7% em 2022.