O Santander Totta registou lucros de 568,5 milhões de euros, no ano passado. Um valor que compara com os 298,6 milhões de euros registados no período homólogo e que “incorpora um encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros (líquido de impostos), registado no 1.º trimestre de 2021, para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”.
“Os resultados que anunciamos hoje são fruto da entrega e dedicação das nossas equipas. Eles são os principais responsáveis pela instituição sólida e rentável que é o Santander Portugal, e quem garante a prestação de um serviço de excelência aos nossos clientes”, diz Pedro Castro e Almeida, referindo que acredita que “o setor financeiro português tem a capacidade para superar com êxito os desafios que tem pela frente. O Santander manterá a sua política de apoio ao desenvolvimento das pessoas e das empresas, suportada na profunda transformação digital e comercial que temos vindo a executar, com benefícios claros na qualidade de serviço prestado aos nossos clientes.”
O total de crédito a clientes atingiu os 43,3 mil milhões de euros, um decréscimo de 0,3% face ao valor no final de 2021. Já no segmento de crédito hipotecário verificou-se um crescimento homólogo de 5,5%, “fruto da forte dinâmica de nova produção de crédito hipotecário, onde o banco teve uma quota de 23,7% (valores acumulados a novembro)”.
Os recursos de clientes ascenderam a 45,8 mil milhões de euros, uma ligeira redução, em 2,4% face ao mesmo período de 2021, em resultado de uma estabilização dos depósitos de clientes (+0,2% em termos homólogos) e de uma redução dos recursos fora de balanço, em 14,3%, no mesmo período, “largamente associado ao contexto adverso nos mercados financeiros”.
Os custos operacionais, no montante de 486 milhões de euros, registaram um decréscimo de 8,1% face ao final de 2021, pelo que o resultado de exploração aumentou 2%, neste mesmo período, para 805,6 milhões de euros, “fruto do decréscimo em 6,6% dos custos com pessoal e em 10,2% dos gastos gerais e administrativos. A depreciação reduziu-se em 8,1% neste mesmo período. No decurso do ano de 2021, o Banco executou um abrangente plano de transformação, operacional e comercial, procurando ajustar a sua estrutura e processos às alterações no modo como os clientes se relacionam com as entidades bancárias, com particular foco na simplificação de processos e na melhoria da qualidade de serviço. Além dos claros benefícios em termos de produtividade e de experiência do cliente, a transformação também permitiu ao Banco manter uma base de custos controlada no quadro da forte aceleração da inflação, em particular no segundo semestre de 2022”.
A margem financeira ascendeu a 782,9 milhões de euros, correspondendo a um crescimento 7,3% face ao mesmo período de 2021. “A recuperação decorreu da alteração do contexto de taxas de juro, com as medidas de política monetária implementadas pelo BCE, em termos de subida da taxa de juro da facilidade de depósito, que tinha permanecido em terreno negativo durante todo o primeiro semestre. Por outro lado, manteve-se um contexto concorrencial bastante competitivo, que continuou a pressionar em baixa os spreads de crédito”, disse o banco.
As comissões líquidas, no montante de 470,3 milhões de euros, registaram um crescimento homólogo de 10,2%, beneficiando da conjugação de vários fatores. “Por um lado, a recuperação económica pós-pandémica permitiu um crescimento das comissões transacionais, em especial de meios de pagamento, mas também de crédito, associadas ao dinamismo da originação de crédito hipotecário. Por outro lado, o foco na estratégia de proteção, nomeadamente ao nível da distribuição de seguros autónomos de risco, com destaque para a oferta de seguros auto para particulares e empresas, que permitiu compensar a dinâmica ao nível da gestão de ativos”.