Economia

Habitação é ‘problema transversal’ no país

O problema de habitação já não são só dos mais carenciados, admite António Costa que anunciou várias medidas avaliadas em 900 milhões..

Habitação é ‘problema transversal’ no país

Os problemas da habitação são conhecidos em Portugal. Em resposta, o Governo apresentou esta sexta-feira uma série de medidas avaliadas em 900 milhões de euros com vista a aumentar a oferta de imóveis para habitação no país e acelerar a construção de casas. ««As questões da habitação são hoje uma preocupação central e transversal na sociedade portuguesa», disse o primeiro-ministro, lembrando que este problema não afeta só os mais carenciados, mas também os jovens e as famílias de classe média.

António Costa disse que a estratégia nacional do Governo para o setor da habitação já desenvolveu um total de 230 estratégicas locais de habitação, assinadas com 230 municípios, e estão definidos cerca de 2.700 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para investir no aumento da oferta pública de habitação.

Uma das medidas passa por o Estado disponibilizar terrenos em regime de contratos de desenvolvimento para habitação, para desenvolver projetos de habitação a custos acessíveis. Além disso, podem ainda passar a ser convertidos para habitação terrenos licenciados para atividades comerciais e serviços, sem alterações do plano de ordenamento de território nem da licença de habitação. Segundo anunciou António Costa, com o objetivo de combater os atrasos nos licenciamentos, os mesmos vão passar a ser feitos com recurso a um termo de responsabilidade assinado pelos projetistas. E há riscos para quem não o cumprir uma vez que o quadro sancionatório será  «muito duro». 

António Costa anunciou ainda o pagamento de juros de mora para as entidades públicas que incumpram os prazos de licenciamento.

O Governo vai criar uma linha de crédito de 150 milhões de euros para que os municípios realizem obras coercivas e tragam para o mercado as conjunto de habitações fora do mercado e ainda um regime de incentivos para que regressem ao mercado de habitação frações habitacionais que estão dedicadas ao alojamento local.

Mas as medidas vão mais além. Para combater a especulação imobiliária, o destaque vai para o fim da concessão de novos vistos gold. «Quantos aos vistos ‘gold’ já concedidos, (…) só haverá lugar à renovação se forem habitação própria e permanente do proprietário e do seu descendente, ou se for colocado o imóvel duradouramente no mercado de arrendamento», disse. 

O Estado propôs-se ainda a arrendar todas as casas disponíveis a preços normais por um prazo de cinco anos, desde que possa subarrendá-las, havendo o compromisso por parte do Estado de «pagar a renda por antecipação». E compromete-se também a pagar as rendas caso haja três meses de incumprimento.

Consulte na íntegra as medidas aprovadas em Conselho de Ministros

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