Partidos políticos irlandeses obrigados a ter 40% de mulheres em listas eleitorais

Representação das mulheres nas eleições gerais de 2020 da República da Irlanda foi menor do que na China e no Iraque

Os partidos políticos da República da Irlanda vão ter de passar a incluir pelo menos 40% de mulheres nas suas listas de candidatos, mais 10% do que previsto até agora pela legislação. 

O Conselho Nacional da Mulher (NWC, na sigla em inglês) considerou esta segunda-feira que esta mudança é "um passo significativo" na luta pela igualdade de género no campo da política, ainda dominado por homens neste país.

Segundo a nova legislação, as formações políticas que não cumprirem as quotas estabelecidas poderão perder até 50% do financiamento público que recebem.

Orla O'Conner, diretora do NWC, sublinhou que apenas 22,5% dos deputados da câmara baixa do Parlamento de Dublin são mulheres e disse acreditar que os partidos terão "tempo suficiente" para reformar as suas listas a tempo das próximas eleições gerais, marcadas para 2025.

"Sabemos que tem sido difícil para algumas formações chegar aos 30% nas eleições passadas. Mas agora têm tempo para se prepararem devidamente", afirmou.

A ativista afirmou que a política de quotas será eficaz no esforço de combater a desigualdade de género na Irlanda, onde a representação das mulheres nas eleições gerais de 2020 foi menor do que na China e no Iraque, por exemplo. 

"As mulheres representam 50% da população e é muito importante que, em termos de tomada de decisões sobre as questões mais importantes que afetam as nossas vidas, tenhamos representação igualitária", concluiu.