ONU denuncia violações e agressões a mulheres sírias depois do sismo

Pedersen destaca que os terramotos aconteceram numa altura em que as necessidades do povo sírio “eram maiores, quando os serviços eram mais escassos, quando a economia estava no ponto mais baixo e quando as suas infraestruturas já estavam fortemente danificadas”

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, denunciou esta terça-feira violações e agressões a mulheres sírias, na sequência dos terramotos que atingiram o país e a vizinha Turquia.

Numa reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação no Médio Oriente, Pedersen sublinhou que as mulheres sírias têm liderado os esforços de socorro dos seus concidadãos nas linhas da frente, mas, por outro lado, também ficaram mais expostas a situações de vulnerabilidade que resultaram em violações sexuais e agressões, avança a Lusa.

"Em tempo de vulnerabilidade real, tenho ouvido relatos de mulheres a ser violadas, espancadas e assediadas. As mulheres que necessitam de cuidados pós-parto não recebem os cuidados necessários e locais apropriados para se abrigar. Meninas e meninos são especialmente vulneráveis durante esses acontecimentos angustiantes e confusos, (…) quando os adultos estão ocupados noutro lugar e muitas escolas fechadas ou sem condições", denunciou Pedersen.

A ONU revela que pelo menos 50.000 pessoas morreram nos dois terramotos, incluindo cerca de 6.000 pessoas na Síria, principalmente no noroeste, e dezenas de milhares de pessoas continuam desaparecidas e centenas de milhares desalojadas.

Pedersen destaca que os terramotos aconteceram numa altura em que as necessidades do povo sírio "eram maiores, quando os serviços eram mais escassos, quando a economia estava no ponto mais baixo e quando as suas infraestruturas já estavam fortemente danificadas", atingindo muitas áreas onde viviam refugiados e deslocados internos e em áreas com graves danos de guerra.