O Dia Internacional da Mulher

 O facto de existir a necessidade de um Dia Internacional da Mulher é por si demonstrativo a enorme distância entre a participação das mulheres e dos homens nos destinos das instituições e das empresas. Obviamente, não é necessário um Dia Internacional do Homem, são todos os outros. 

Por André Jordan, empresário

Apropósito do artigo Um apelo urgente à ação  no Dia Internacional das Mulheres do Secretário-Geral das Nações Unidas, Engenheiro António Guterres, publicado no Público da última quarta-feira, acho que o Eng. Guterres tem tido uma atuação de grande relevância como Secretário-Geral, demonstrando iniciativa, energia e coragem num quadro internacional complexo e perigoso para a humanidade.

 O facto de existir a necessidade de um Dia Internacional da Mulher é por si demonstrativo a enorme distância entre a participação das mulheres e dos homens nos destinos das instituições e das empresas. Obviamente, não é necessário um Dia Internacional do Homem, são todos os outros. 

 Apesar desta constatação, a verdade é que as mulheres, pelas suas qualificações e persistência, vêm alcançando posições importantes tanto no setor público como no privado. Só para avivar a memória, lembro que algumas instituições como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e outras instituições importantes são presididas por mulheres. Também encontramos mulheres como chefes de governo dos países mais desenvolvidos, tais como os escandinavos. 

 Portugal só teve uma primeira-ministra mulher na democracia, outra como Presidente da Assembleia da República e nenhuma com o Presidente da República. 

 Circula uma extensa lista de personalidades qualificadas para disputar a sucessão a Marcelo Rebelo de Sousa, mas nenhuma mulher. No entanto, existem muitas capazes de exercer este cargo. 

 

Surge o nome de Elisa Ferreira, atualmente Comissária Europeia responsável pela Coesão, brilhante deputada Europeia, ex-vice-presidente do Banco de Portugal, ex-ministra do Planeamento, ex-ministra do Ambiente. A sua experiência nacional e internacional nas áreas acima mencionadas coloca-a como especialmente qualificada para a complexa situação que o mundo se encontra neste momento. 

 Outro nome a mencionar é o de Leonor Beleza, primeira e atual Presidente da Fundação Champalimaud, cuja atuação colocou esta instituição, legada por António Champalimaud, em posição de grande proeminência internacional nas suas áreas de atividade. 

 Estou convencido que este é o momento de termos uma mulher na Presidência e de dispormos de várias personalidades femininas com qualificações para o cargo.

 

IMPORTÂNCIA E VULNERABILIDADE DO SETOR DO TURISMO EM PORTUGAL

É impressionante e entusiasmante a recuperação do turismo internacional em Portugal, demonstrando uma vez mais a importância da sua atividade para economia, o emprego e o investimento no país. 

 Também significativa é a contribuição do imobiliário turístico, incluindo a hotelaria internacional. A desnecessária confusão em torno do chamado Visto Dourado afetou o interesse de um segmento do mercado internacional do turismo residencial.

 O maior problema que se depara à indústria hoteleira, principalmente no alojamento e na restauração, é a falta de mão-de-obra. 

 

GRATIFICAÇÃO

Nos principais mercados turísticos no mundo, existe a prática da gratificação obrigatória, que geralmente é de 10% sobre o custo ao cliente. Nos Estados Unidos, na França, na Itália, na Inglaterra e na Suíça, a gorjeta é obrigatória e ao que se observa não afetou o interesse e a opção do cliente. 

 Na altura da Revolução dos Cravos, o Partido Comunista impôs a abolição da gratificação como sendo uma humilhação para o trabalhador e daquela época até hoje, não houve a necessária reposição. 

 Como exemplo, menciono o caso da Taxa Turística. Era eu membro do Conselho da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) quando Fernando Medina, então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, veio apresentar a sua proposta da Taxa Turística, o que provocou uma reação veemente de repúdio dos presentes, notadamente o então presidente da AHP. 

 Assim como a gratificação, a taxa prevalece nas principais cidades do mundo e fornece às municipalidades meios necessários para criar obras que de outra maneira seriam difíceis de realizar. Propus então que o dinheiro gerado pela Taxa seria controlado e aprovado por uma comissão composta pela Câmara, pelo Turismo de Lisboa e pela AHP. Penso que atualmente também a AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) participa na Comissão. 

 O resultado da aplicação da Taxa Turística é um grande sucesso, sendo como ótimo exemplo a conclusão da reabilitação do Palácio da Ajuda do qual está inserido o Museu do Tesouro Real, que já é uma das principais atrações turísticas da cidade.