Hospitais. Qual o peso dos privados no setor?

Desde 2016 que os hospitais privados predominam em relação aos públicos e PPP. Já são 129 no total.

Os hospitais privados têm uma posição cada vez mais preponderante no setor da saúde em Portugal. Desde 2016 que predominam em relação aos hospitais públicos de acesso universal ou em parceria público-privada, sendo que até 2022 estavam em funcionamento 129, com uma oferta de 11600 camas de internamento, de acordo com dados da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP).

Entre as maiores redes de cuidados de saúde privados em Portugal estão a Luz Saúde, detida pela seguradora Fidelidade, a Lusíadas Saúde, adquirida no final do ano passado pelos franceses da Vivalto Santé, a Trofa Saúde e a CUF, que pertence ao Grupo José de Mello.

A atividade dos hospitais privados já ascende aos dois mil milhões de euros e o setor emprega mais de 40 mil profissionais (40510), dando resposta a mais de 8,4 milhões de consultas médicas, 1,9 milhões de episódios de urgência e 338 mil cirurgias.

Além destes, há um outro dado que sugere que os utentes cada vez mais recorrem aos operadores privados de saúde: o número de pessoas que se precaveu quanto às despesas com cuidados de saúde. Ao todo, já há mais de 5 milhões de portugueses a beneficiar de um seguro privado de saúde ou de um subsistema de saúde. Destes 3,3 milhões têm seguros de saúde, sendo esta a maior fatia da atividade dos hospitais privados.

Ao longo dos últimos anos tem-se verificado um aumento progressivo no volume de seguros privados subscritos pela população, tal como aponta o estudo “Seguros de saúde privados no sistema de saúde português: mitos e factos”, elaborado pelo professor de Economia da Saúde da Nova SBE Pedro Pita Barros com o investigador Eduardo Costa. Desde 2000, o número de apólices de seguros de saúde mais que duplicou, de 14% para 32% em 2021.

 

Outras atividades do setor privado na saúde

A presença dos privados na saúde não se faz apenas sentir nos hospitais. O setor privado da saúde é constituído por mais de 30 mil empresas e emprega mais de 140 mil pessoas, englobando as farmácias (cerca de 3 mil), as empresas de prestação de cuidados de saúde em internamento (397 entidades), passando pelas atividades de prática médica de clínica geral (3557) e especializada (7718) em ambulatório, como a produção (197) e distribuição (980) de medicamentos, produção de dispositivos médicos (666), análises clínicas (240) ou centros de enfermagem (397).

De acordo com um estudo encomendado à Informa/D&B pelo Conselho Estratégico Nacional de Saúde (CENS) da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, divulgado no início deste ano, as empresas privadas de saúde em Portugal realizaram negócios de cerca de 22 mil milhões de euros em 2021, tendo o setor gerado um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 6297 milhões de euros.