A Netflix e o bisonte não-binário

O objectivo da criadora da série é incitar crianças muito pequeninas – os filhos dos outros – a “assumirem-se” e a “mudar os seus pronomes”.

por Maria Helena Costa

Recentemente, o DAILY WIRE[1] informou que a Netflix cancelou um programa de animação infantil com um bisonte não- binário que insiste em usar os pronomes eles/eles.

"Ridley Jones" estreou-se em 2021 e acaba de lançar a sua quinta e última temporada. O programa é classificado como TV-Y, o que significa que é voltado para um público muito jovem, que inclui crianças dos 2 aos 6 anos. A personagem principal da série de desenhos animados é uma menina chamada Ridley, que vive num museu mágico com a sua mãe e a sua avó e é acompanhada pelo seu bisonte não binário Fred, que tem duas "múmias pai".

Em 2021, quando a série foi lançada, a sua criadora, Chris Nee, lésbica e mãe, disse: «Estou aqui para mudar o mundo. Ou para me reformar a tentar. Eu sei o que é ser 'diferente'. O meu trabalho é mostrar ao mundo como eu quero que ele seja.»

Resumindo: «eu vou impor a minha cosmovisão de mundo a todos os que não a têm.»

As pessoas, naturalmente, reagiram muito mal ao episódio 8 da quinta temporada, "Dia do Rebanho”, que se centra no bisonte não binário que discute o uso do pronome: «O meu coração diz que a forma de tratamento com a qual me sinto melhor é pelo nome Fred. Isto, porque sou não-binário e Fred é o nome que me fica melhor. E também uso 'eles' e 'eles', porque chamar-me 'ela' ou 'ele' não me parece correcto».

As palavras de Fred inspiram Dottie, a avózinha do bisonte, a pedir desculpa ao neto por usar um nome e os pronomes anteriores.

O Twitter explodiu com reações que acusavam a série infantil de tentar impingir a ideologia do género da esquerda radical a crianças muito pequenas. K Ward postou: «Não me diga que não há uma agenda. A Netflix fez isso outra vez. Este programa é para crianças em idade pré-escolar. Tchau Netflix.»[2]

Já na conta Libs of TikTok, pode ler-se: «Um programa infantil real na Netflix. Eles vêm buscar os seus filhos.»[3]

No dia 8 de Março, depois da onda de indignação que levou a NETFLIX a cancelar a série, Chris Nee abordou o cancelamento do programa na sua conta do Twitter: «Não me surpreende que a Netflix tenha descartado silenciosamente o primeiro programa pré-escolar que lançou um personagem não-binário. Ah, sim, este é o fim da série. Eles cancelaram-nos depois do que acabaram de divulgar. Eles lançaram todos os especiais, o especial de natal (agora?), o especial de longa-metragem, o episódio de CYNDI LAUPER […]. Então é isso.»[4]

Noutro tweet, ela escreveu: «Mostre aos seus filhos. Está na Netflix. É importante. É um … roteiro para se assumir, mas também para alguém lhe dizer que mudou os seus pronomes e/ou nome.» [5]

Ou seja: o objectivo da criadora da série é incitar crianças muito pequeninas – os filhos dos outros – a “assumirem-se” e a “mudar os seus pronomes”.

Entretanto, por cá, emboscam-se as crianças em sala de aula. Assim, no dia 10 de Março, numa escola, todas as turmas do 7º ano (13 anos) foram levadas para o auditório a fim de assistirem a uma palestra da associação lgbtetc., HeForShe, sobre "igualdade" de género. 

No caso do aluno que denunciou o sucedido, a turma preparava-se para a 2ª hora de Matemática, quando a directora de turma disse à professora que os alunos tinham de ir para o auditório.

Chegados ao auditório, as duas activistas começaram por expôr as mentiras do feminismo militante, mas passaram rapidamente à ideologia do género. Aí chegadas, disseram aos alunos que um menino pode ser uma menina, e vice-versa, que o sexo lhes é atribuído à nascença pela cultura machista patriarcal, e que devem chegar a casa e falar disso com os pais, pois estes são retrógrados e não entendem nada sobre género.

Depois, apresentaram a novilíngua, mais inclusiva, que a associação quer que faça parte do vocabulário de todos. Por exemplo: «Os pronomes pessoais ela(s)/ele(s) devem de ser substituídos por: elu(s). Seguindo a mesma lógica, deveremos adotar: delu(s), nelu(s), aquelu(s). Os artigos definidos, quando não podem ser ocultados da frase, passam de a(s) e o(s) a ê(s):

Ela é chefe da equipa – Elu é chefe da equipa;

A caneta é deles – A caneta é delus;

A Maria é estudante – A Maria (ou Ê) é estudante.».

É PARA ISTO QUE OS PAIS ENVIAM OS FILHOS PARA A ESCOLA?

Os miúdos têm as matérias todas em atraso, de há 3 anos a esta parte, e são abusivamente retirados de uma aula de Matemática para uma palestra político-ideológica?

Os pais não têm de ser informados quando os seus filhos são expostos a activismo político, numa hora em que, supostamente, estariam numa aula de Matemática?

Os pais, de acordo com a resposta que a directora de turma deu à mãe do aluno, não têm que ser informados de nenhuma actividade que ocorra dentro do horário escolar?

Do portão da escola para dentro, os pais deixam de ser os principais educadores dos seus filhos? Perdem o direito de saber que a escola está a ser usada para virar os filhos contra eles? Retrógrados? Quem são aquelas activistas? Como podem falar assim dos pais dos alunos?

Pais, o activismo lgbtetc. na NETFLIX pode ser desligado. Os pais podem pura e simplesmente deixar de subscrever o canal. Mas, quem é que protege os seus filhos na Escola?

E, não pense que isto só acontece com crianças de 12/13 anos. A ideologia do género começa a ser incutida na mente das crianças a partir do pré-escolar. Já viu este “filminho infantil à solta pelo país”[6]?

Se não viu, VEJA!

A autora rejeita o AO90, escrevendo em português correcto.

 


[1] https://www.dailywire.com/news/netflix-cancels-kids-show-featuring-non-binary-bison-who-uses-they-them-pronouns

[2] https://twitter.com/ktrautz/status/1636065281972813824

[3] https://twitter.com/libsoftiktok/status/1636360747188887552

[4] https://twitter.com/chrisdocnee/status/1633563341053640704

[5] https://twitter.com/chrisdocnee/status/1633855346900107265

[6] https://www.youtube.com/watch?v=S1aQvKuXeTM (Filminhos infantis à solta pelo país)