Associação ‘Quebrar o Silêncio’ pede à Igreja que reencaminhe vítimas de abusos para entidades especializadas

Objetivo é que “nenhuma vítima fique desamparada e sem apoio”, explica associação.

A ‘Quebrar o Silêncio’ – associação de apoio a homens vítimas de violência sexual – fez um apelo à Igreja para que reencaminhe os pedidos de apoio para respostas especializadas, no âmbito da descontinuação da linha telefónica que recebia as denúncias.  

O objetivo é que "nenhuma vítima fique desamparada e sem apoio", diz a associação, em comunicado, divulgado esta terça-feira.  

"As vítimas que continuam a sentir necessidade de falar e de procurar ajuda não podem ficar sem resposta. As vítimas que agora ligam para o número da comissão precisam de ser encaminhadas para as organizações que prestam apoio especializado na área da violência sexual, para que tenham alguém que as escute e lhes dê a resposta de que precisam", defende Ângelo Fernandes, presidente da Quebrar-Silêncio.  

Tendo passado por eventos “traumáticos”, é “fundamental respeitar o tempo” que estas pessoas precisam para “falar das suas histórias de abuso", continuou.  

A associação considera que a Igreja, apesar de ter pedido às vítimas para que denunciassem os crimes, "deu-lhes um prazo limitado", e frisa: “não teve em mente a dimensão traumática e o tempo de que as vítimas podem precisar. Agora temos pessoas preparadas para darem este passo e a Igreja fechou-lhes a porta ao descontinuar a linha telefónica".  

"Pedimos à Igreja que faça o reencaminhamento das chamadas para as entidades de apoio especializado para vítimas de violência sexual", dando como exemplos a associação que dirige, como para a Associação de Mulheres contra a Violência (AMCV) ou a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).