Negócios. Semana da Páscoa impulsiona faturação em 16%

Hotelaria e restauração estão entre os setores com maior crescimento nesta semana.

A faturação dos negócios em Portugal aumentou 16% na semana da Páscoa quando comparada com o mesmo período do ano passado. Esta é a principal conclusão do REDUNIQ Insights, relatório da REDUNIQ, que conclui que entre 3 e 9 de abril, e face ao período homólogo, a faturação dos negócios em Portugal cresceu 16%, “registando um aumento equilibrado do consumo estrangeiro e nacional de 14% e 16%, respetivamente”.

O estudo revela que quando analisadas as datas de maior consumo neste período de análise, o acquirer português concluiu que a 6 de abril (quinta-feira) os negócios conseguiram arrecadar mais 19% em faturação em relação ao ano anterior. Já referente à média das restantes quintas-feiras de 2023, o dia 6 de abril registou um crescimento de 51%, seguido pelo dia 7 de abril (sexta-feira), que apresentou uma variação de 33%.

No que diz respeito aos setores de atividade, o destaque vai para as categorias da hotelaria, restauração e supermercados, que crescerem 10%, 14% e 26%, respetivamente, comparativamente a 2022 – com o setor hoteleiro a apresentar um crescimento de 28% face a 2019. “Numa análise mais fina, tendo em conta as datas de maior consumo durante a semana da Páscoa, e comparativamente com o mesmo período em 2022, a hotelaria aumentou entre os 59% e 106% face à média dos restantes dias de 2023, sendo a melhor performance (106%) registada na quinta-feira (6 de abril)”, dizem as conclusões.

Também a restauração apresentou “indicadores positivos”, com crescimentos entre os 15% e 72% face à média dos restantes dias do ano, com principal destaque na sexta-feira (7 de abril), em que foi registado o aumento mais elevado (72%). Já os supermercados, com o aumento da procura, cresceram entre 19% e 61%, face à média dos restantes dias de 2023, com a quinta-feira (6 de abril) a aumentar 61% face à média das restantes quintas-feiras deste ano.

Dados que, segundo Tiago Oom, Chief Commercial Officer da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights, “vão ao encontro daquelas que eram as expectativas para esta quadra festiva. Apesar de estarmos perante um cenário particularmente impactado pela inflação, subida das taxas de juro e a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, existia alguma expectativa, por parte dos negócios, para os níveis de consumo durante a semana da Páscoa, principalmente dos setores mais ligados ao turismo, como a hotelaria e restauração. O clima ameno sentido em todo o território nacional durante a semana pode ter sido um dos principais motivos que levaram à procura de distritos junto ao mar, com crescimentos elevados como os Açores, Lisboa, Madeira, Faro e Porto, com 26%, 18%, 16%, 12% e 5%, respetivamente”.

Reforçando as previsões da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), que esperavam mais de um milhão e meio de turistas na região, a semana da Páscoa registou um total de 11% da faturação no Algarve desde o início do ano, “um valor bastante expressivo e representativo da importância desta quadra nos negócios locais”. Nesta região, a hotelaria apresentou um crescimento de 17% em comparação com o período homólogo de pré-pandemia (2019), enquanto a restauração apresentou um crescimento de 9% face 2022.

Já em Lisboa destaca-se também o crescimento de 22% do setor da hotelaria na semana da Páscoa em comparação a 2019 e de 11% da restauração face a 2022. “O peso da faturação estrangeira é particularmente expressivo no setor da hotelaria, em que o consumo estrangeiro representou 84% do total de faturação. Já na restauração, apesar de expressivo, (43%), ainda assim a abaixo do consumo nacional de 57%”.

Analisando o consumo estrangeiro em todo o território nacional, o estudo mostra que este foi composto, essencialmente, pela Espanha (15%), Reino Unido (13%), Irlanda (12%), Estados Unidos (10%) e França (9%), com a entrada da Irlanda do top 5 face a 2019, e saída da Alemanha. Em 2019, o Reino Unido representava 20% do total da faturação estrangeira, valor extremamente expressivo. Em 2023, essa nacionalidade viu o seu peso cair para 13%. Em relação a França, em 2019 representava 14% e agora fixa-se nos 9%.