Os produtos fitofarmacêuticos são parte dos equilibrios

Na procura de pontos de equilíbrio, de razoabilidade e de resiliência face às circunstâncias, o preconceito mata mais do que a utilização regrada de produtos fitofarmacêuticos homologados na produção agroalimentar.

por Pedro do Carmo
Deputado do PS

 

É certo que nem sempre os pontos de equilíbrio entre a sua utilização e a preservação do meio ambiente estiveram no registo adequado, mas um maior conhecimento científico, uma maior consciência ambiental e a necessidade de ampliar a capacidade produtiva, geraram novas realidades que não podem ser barradas pelo preconceito.

A Guerra sublinhou também aqui a importância de mantermos cadeias de fornecimento e distribuição próximas e fiáveis de produtos fitofarmacêuticos para a produção. agroalimentar, sendo estes relevantes para os custos de produção.

Precisamos de mobilizar o melhor do conhecimento científico e as melhores práticas para uma produção agroalimentar responsável, equilibrada e com preservação da qualidade, da segurança alimentar, dos ecossistemas e da biodiversidade.

Sendo certo que a agricultura de precisão poderá reduzir a utilização de produtos fitofarmacêuticos em 20-30% e a área tratada em 50-80%, não é menos verdade que esse impulso precisa de contar com a disponibilização de novas tecnologias, incentivos financeiros e formação para cumprir os desafios colocados pelas políticas comuns, sem fustigar os rendimentos dos produtores e a produtividade. A investigação e o desenvolvimento de produtos inovadores e equilibrados para o meio ambiente são fundamentais para responder aos desafios centrais dos danos e prejuízos, dos patogénicos resistentes, dos efeitos indesejáveis, das alterações climáticas e das dinâmicas da regulamentação.

Uma vez mais, sem uma cultura de compromisso, imune aos preconceitos, dificilmente conseguiremos encontrar um ponto de equilíbrio para um sistema alimentar sustentável que não deixe ninguém para trás (ecossistemas, produtores e consumidores).

Esse compromisso passa pela adequada utilização dos produtos fitofarmacêuticos na produção agroalimentar, pelo combate sem tréguas às más práticas e à utilização de produtos ilegais, pelo desenvolvimento de novos produtos inovadores, pela segurança alimentar, pela promoção de um sistema alimentar sustentável e pela valorização do Mundo Rural e das mulheres e homens que nele trabalham.

Um sistema alimentar sustentável conta com a biodiversidade, a produção biológica e a produção de crescente precisão com recursos a produtos fitofarmacêuticos homologados, que preservam os equilíbrios e a segurança alimentar, para manter os níveis de produção adequados e responder ao desafio de mitigar os riscos, das pragas às alterações climáticas.

Radicalizar os contextos, com imposições sem nexo com as realidades concretas e definição de metas muito ambiciosas significa não respeitar equilíbrios mínimos e colocar em risco a capacidade de produção e o modo de vida de muitos, que têm sido decisivos para preservar a qualidade dos produtos nacionais, alguns integrados nas marcas de identidade, e para a soberania alimentar do país. Também nesta área é fundamental desmistificar os preconceitos e combater a desinformação, a partir do conhecimento científico e dos bons exemplos concretos da agricultura portuguesa.

Precisamos de senso e de combater os produtos ilegais e as más práticas na produção agroalimentar. Os produtos fitofarmacêuticos homologados são parte das soluções, dos equilíbrios e contribuem para a produção de alimentos seguros.