Prisão preventiva para ex-primeiro-ministro do Paquistão

O ex-primeiro-ministro considera que os casos judiciais a que responde, que incluem acusações de terrorismo, são uma conspiração do Governo de Shehbaz Sharif para o desacreditar.

Um tribunal paquistanês decretou prisão preventiva de oito dias para o ex-primeiro-ministro, Imran Khan, devido ao seu alegado envolvimento no caso de corrupção Qadir Trust, um processo que investiga eventuais atos de corrupção ligados a um fundo educacional.

Khan, que agora é líder da oposição no Paquistão, foi detido na terça-feira pelas autoridades e está preso há mais de 24 horas, após uma operação violenta na capital paquistanesa, na sede de um tribunal para onde se dirigia para pedir uma medida de caução num dos processos em que está envolvido.

O ex-primeiro-ministro considera que os casos judiciais a que responde, que incluem acusações de terrorismo, são uma conspiração do Governo de Shehbaz Sharif para o desacreditar.

Estes protestos desencadearam violentas manifestações e, desde terça-feira, que já foram detidas mais de mil pessoas no Paquistão.

A notícia foi avançada pelas autoridades de segurança, que acrescentaram que 130 polícias ficaram feridos durante os confrontos.

"As equipas da polícia detiveram 945 infratores da lei (…) na província" do Punjab, divulgou a polícia num comunicado, que foi citado pela AFP.

Os apoiantes do antigo primeiro-ministro atacaram, na terça-feira, uma base militar na cidade de Rawalpindi, perto da capital, contudo, não alcançaram o prédio principal que abriga os escritórios do chefe do exército, o general Asim Munir.

No mesmo dia, os manifestantes invadiram as residências dos oficiais militares nas cidades de Lahore e Peshawar. Segundo vídeos partilhados pelos meios de comunicação locais, os protestantes carregavam bastões e partiam janelas e portas de edifícios.

Khan foi afastado do cargo em abril de 2022 após uma moção de censura, que atribuiu a uma iniciativa dos Estados Unidos para o afastar do poder, no entanto, mais tarde confirmou que foi o antigo chefe do exército paquistanês, Qamar Bajwa, que conspirou com a oposição para o destituir.