A (in)sustentável incerteza dos recursos

É determinante que os países desenvolvam políticas que incentivem o investimento e a inovação. Além disso, a partilha de recursos impõe um reforço da cooperação internacional capaz de promover a solidariedade entre países na sua utilização. 

Por Teresa Candeias, Diretora da Licenciatura em Gestão da Universidade Lusófona do Porto

 

A temática da gestão de recursos assume particular relevância na sociedade contemporânea. Numa época que se pauta por tensões geopolíticas e pela fragmentação das cadeias de abastecimento, a gestão de recursos torna-se inevitável. Todos os dias somos confrontados com notícias que reportam a sua escassez. Assim, torna-se urgente uma gestão eficiente e sustentável dos mesmos que permita por um lado, satisfazer as necessidades atuais e por outro, não comprometer a possibilidade das gerações futuras poderem satisfazer  as suas necessidades. A garantia da eficiência decorre da otimização da utilização de recursos que resulta da minimização de desperdícios e da maximização da produtividade. Já a sustentabilidade, é concretizada por via da sua preservação e do seu uso responsável e equitativo. 

Nesse sentido, é determinante que os países desenvolvam políticas que incentivem o investimento e a inovação. Além disso, a partilha de recursos impõe um reforço da cooperação internacional capaz de promover a solidariedade entre países na sua utilização. 

No caso das organizações, a gestão de recursos de natureza tangível ou intangível é determinante para garantir a sua competitividade. A visão baseada nos recursos salienta a relevância dos recursos internos de uma organização na obtenção de vantagens competitivas e seu no desempenho, não descurando, obviamente, o ambiente externo. Para o efeito é necessário reconhecer, desenvolver e proteger os recursos e capacidades valiosos e únicos da organização que constituem uma fonte primária de vantagem competitiva sustentável. 

Nesse sentido, a sua gestão estratégica deve ser desenhada tendo por base os objetivos da organização carecendo, por isso, de planeamento estratégico e de uma avaliação permanente do desempenho obtido. A análise da qualidade, disponibilidade e distribuição dos recursos permite identificar aqueles que se afiguram como críticos, estimar a procura e promover medidas capazes de assegurar a sua preservação e utilização eficiente e sustentável. No caso da monitorização do desempenho é imprescindível para a implementação de processos de melhoria contínua e constitui um alicerce para a tomada de decisões assertivas.  

Desta forma, a gestão eficaz e eficiente dos recursos assume um papel fundamental na sustentabilidade económica, ambiental e social. O tema tem estado na agenda mediática mas, o mais importante, é garantir que esteja na agenda dos países, das organizações e dos indivíduos e constitua uma verdadeira prioridade.