O desastre da viagem a Tóquio

Comenta-se nos círculos diplomáticos que o Presidente francês Emmanuel Macron, que estava de boas relações com Lula, ficou dececionado com a postura na reunião. Na viagem, o saldo positivo pode ter sido o Japão dispensar o visto para turistas brasileiros.

Aristóteles Drummond

Lula da Silva já soma mais de 20 dias fora do Brasil em seus 120 dias de governo. Mas as viagens não têm sido positivas em função de suas declarações e posição em relação à invasão da Ucrânia. Na semana passada, na reunião do G7, em Tóquio, repetiu-se a postura dúbia, o que fez com que Biden não tivesse nenhuma agenda com ele e nem Zelensky, e o desencontro repercutiu. Assim que chegou a Brasília, Lula foi logo dizendo que pode ver Zelensky «quando ele estiver disposto a buscar a paz». Comenta-se nos círculos diplomáticos que o Presidente francês Emmanuel Macron, que estava de boas relações com Lula, ficou dececionado com a postura na reunião. Na viagem, o saldo positivo pode ter sido o Japão dispensar o visto para turistas brasileiros.

VARIEDADES

• O Festival de anulações de decretos de Bolsonaro continua. O indulto dado ao ex-deputado Daniel Silveira foi anulado pelo Supremo Tribunal. A nova política de preços dos combustíveis não tem mais como base a cotação internacional. Lula definiu sua orientação como ‘abrasileirar os preços’. O sigilo sobre visitas à residência oficial, Palácio da Alvorada, no governo anterior foi anulado, mas logo recriado para o atual morador.

• O PSDB, partido que deu dois mandatos a FHC e governou São Paulo por 24 anos, incluindo dois mandatos do vice de Lula, Geraldo Alckmin, encolhe significativamente no seu berço. Esta semana foi o prefeito de Jundiaí, importante cidade próxima da capital, a abandonar a legenda.

• O ministro Fernando Haddad foi a Xangai, na China, pedir para o Banco dos BRICS ajudar a Argentina. Não deve ter sucesso.

• Cada dia mais complicada a situação da OI. As dívidas são consideradas impagáveis. A gestão da Recuperação Judicial sofre críticas e é cercada de desconfianças e suspeitas.

• O jogo domingo passado no Maracanã entre o Flamengo e o Corinthians teve audiência recorde na televisão e mais de 50 mil presentes no icónico estádio carioca. O Flamengo venceu por 1-0, com gol feito no último minuto.

• A agência de Exportação do Governo – APEX – pede em seus estatutos que o presidente seja fluente no inglês. Mas Lula queria atender a seu correligionário Jorge Vianna e o nomeou, apesar de ele ser monoglota. A Justiça anulou a nomeação.

• A estimativa de 150 mil brasileiros professarem a religião judaica estaria subavaliada. A comunidade brasileira é a segunda da América Latina, sendo a argentina a maior.

• Condenação do ex-Presidente Collor a 33 anos de prisão, por ter indicado diretores no Grupo Petrobras e supostamente ter se beneficiado, estaria nos ajustes de contas de Lula. Em 89, Collor venceu Lula da Silva. Agora, especula-se que será a vez de Bolsonaro ser condenado ou mesmo preso temporariamente.

• Falta de insulina na rede pública fez Governo fazer compra emergencial no mercado internacional.

• O empresário Jorge Gerdau, de 86 anos, dos mais influentes do Brasil, declarou que o diálogo do Governo Lula com os empresários tem sido insuficiente e prejudicado investimentos. Já o economista Affonso Celso Pastore acha que a dívida pública vai crescer e a inflação vai junto, pois o Governo é gastador.

 

Rio de Janeiro, maio de 2023