Jornadas. Força aérea já tem sistema anti-drones

Aluguer de sistema israelita garante capacidade de controlo e anulação de drones não autorizados. Equipa de emissários do Papa – da segurança à logística – esteve esta semana em Lisboa e gostou do que viu.

Jornadas. Força aérea já tem sistema anti-drones

Enquanto não se conhece o relatório final de Mobilidade da Jornada Mundial de Juventude (JMJ), até pela indefinição do número de participantes, as forças envolvidas na segurança vão fazendo pela vida e tomando decisões, independentemente de se saber quantas pessoas estarão presentes. Segundo o Nascer do SOL apurou, a Força Aérea fechou um contrato de aluguer de equipamento com uma empresa israelita que permitirá ‘deitar abaixo’ drones indesejáveis. Se pensou na guerra da Ucrânia e de drones russos a serem abatidos pelas tropas ucranianas, aqui não se trata desse ato de guerra. O sistema alugada permitirá à Força Aérea fazer descer os drones, cortando-lhes o sinal, que andem nas imediações do Parque Tejo, ou no Parque Eduardo VII, principais locais da Jornada e onde o Papa marcará presença.

«O sistema contratado deteta drones e corta-lhes o sinal, fazendo com que ‘aterrem’, até para não porem em causa a segurança do Papa e dos participantes», esclarece ao nosso jornal fonte ligada ao processo. A ideia de alugar o equipamento e não o adquirir a título definitivo, deve-se à escassez de dinheiro alocado ao evento, esperando-se que a Força Aérea num futuro próximo possa ter capacidade financeira para o comprar. Segundo um especialista conta ao SOL, existem três sistemas de segurança em relação aos aparelhos aéreos não tripulados: um que deteta e faz o aviso às autoridades; outro que deteta e corta o sinal, fazendo que o drone ou caia em terra ou volte à origem; e um terceiro, o mais usado na guerra da Ucrânia, que mal sinaliza o aparelho dispara contra o mesmo. Como não estamos em guerra, é natural que se tenha alugado o segundo sistema.

Magina fala aos polícias

O diretor-nacional da PSP enviou um email a todos os seus agentes dando conta da operação em curso e de como o Comando de Lisboa será ajudado por agentes de outras localidades, tal como o Nascer do SOL já tinha noticiado. «O COMETLIS será reforçado com um total de cerca de 2800 polícias e alunos dos nossos estabelecimentos de ensino. Com exceção dos Comandos Regionais dos Açores e da Madeira e do Comando Distrital de Faro (este último devido ao aumento exponencial de turistas durante o período da JMJ), o reforço que cada Comando disponibilizará será o correspondente a 20% do seu efetivo, preferencialmente em regime de voluntariado». 

Depois de falar nas questões de alojamento e transportes, que terá a ajuda da Força Aérea, Magina da Silva explica ainda que, «nos locais dos eventos, o serviço prestado será maioritariamente executado em regime remunerado, incluindo o pessoal em reforço ao COMETLIS». «Não tenho qualquer dúvida de que, todos juntos e com o profissionalismo e dedicação de todos, conseguiremos corresponder ao muito que se espera de nós», concluiu Magina.

Missão do Vaticano contente com o que viu 

Quando faltam sessenta e sete dias para o início da JMJ, o Vaticano já sabe o que contar, pois esta semana esteve em Lisboa a equipa que trata de todas as questões ligadas às visitas papais. Responsáveis pela segurança, o homem que pilota o avião que transporta Francisco, e da logística estiveram na capital para verem o andamento das obras e dos preparativos. Além de reuniões com as autoridades eclesiásticas, estiveram com autarcas e forças policiais. Segundo apurou o Nascer do SOL, os «homens do Vaticano ficaram satisfeitos com o que viram», e agora, de volta a Roma, irão traçar o ‘plano das festas’.

Diga-se que o palco-altar já começou a ser montado e que todas as obras da área de jurisdição da Câmara de Lisboa deverão estar concluídas no final de junho, o que agradou aos homens do Papa. Já os terrenos da Câmara de Loures estão mais atrasados, mas dentro das datas previstas.

Como foi anunciado, o Papa chegará a Portugal um dia mais cedo do que o previsto e, segundo a Renascença, deverá aterrar na Portela da parte da manhã do dia 2. É esperado que o Papa faça um discurso às autoridades civis e militares, de acordo coma rádio dirigida por D. Américo Aguiar, que avança que está a ser equacionado que Francisco possa aceitar o convite, no dia da chegada, para «visitar realidades de carência social, como bairros periféricos ou centros de apoio aos mais necessitados e também de apoio a pessoas com deficiências». Segundo o mesmo meio de comunicação social, não está excluído um encontro com intelectuais e demais atores da cultura portuguesa, podendo haver aqui a mão de Tolentino Mendonça.

No dia seguinte, dia 3 de agosto, acontece a celebração de acolhimento do Papa, no Parque Eduardo VII, e 24 horas depois Francisco voltará ao Marquês de Pombal, onde será celebrada a Via-Sacra e os jovens acompanharão o Sumo Pontífice em oração, ao som da orquestra da JMJ e respectivo coro. 

No dia seguinte, o Papa irá a Fátima, mas regressará a Lisboa  a tempo de estar presente na vigília na noite de 5 de agosto. Finalmente, no dia 6, os peregrinos participam na Missa de Envio, presidida pelo Papa, que, à tarde, antes de regressar ao Vaticano, estará em Oeiras com os voluntários da JMJ – diga-se que o número de jovens voluntários está um pouco longe do previsto, falando-se que há 20 mil inscritos, quando são necessários 30 mil.

Fundação da JMJ apresentou resultados

Entretanto, a Fundação da Jornada Mundial da Juventude apresentou ontem o relatório e contas «com resultados operacionais de 4 milhões e 796 mil euros, em 2022», conforme pode ler-se no site Ecclesia, ligado à Igreja. «O total das receitas foi oriundo de doações», disse à Ecclesia a organização.

Segundo o relatório divulgado pelo site, os gastos totais do exercício da gestão da Fundação foram de 1 milhão e 83 mil euros, cerca de 23% dos rendimentos globais. «A maior parte  da despesa (68%) foi realizada na rubrica de fornecimentos e serviços externos, os gastos com pessoal equivaleram a 29% da despesa e 3% foram gastos com o pagamento de impostos e seguros».