Marcelo: “muitos comentadores” queriam dissolução, mas “eu tinha a noção de que o povo não queria”

O povo considerou que não ser altura para “deitar o jogo abaixo”, porque “poderia ter mais custos do que vantagens”, disse o Presidente da República. 

Marcelo Rebelo de Sousa disse, esta sexta-feira, que percebeu que, ao contrário de "muitos comentadores", o povo "não queria" a dissolução do Parlamento. 

"Eu quero ser muito sincero: acho que havia muitos comentadores que queriam que eu dissolvesse e eu tinha a noção de que o povo não queria que eu dissolvesse, queria que eu, realmente, chamasse a atenção do Governo para dizer aquilo que disse no dia 4 [de maio]: 'olhe que, às vezes, é preciso mudar o que não está bem antes que seja, depois, muito tarde'. Foi isso que eu quis dizer, foi uma prevenção", justificou Marcelo, em declarações aos jornalistas, no distrito de Vila Real, na sequência da comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. 

O povo considerou que não ser altura para "deitar o jogo abaixo", porque "poderia ter mais custos do que vantagens", continuou. 

"Eu tinha a noção do que muitos comentadores achavam: 'É agora, é aproveitar agora, se não é agora, é daqui a 15 dias, ou daqui a três semanas e tal… Deite o jogo abaixo e começa-se de novo'. E, do outro lado, diziam o seguinte: 'Não, não é só deitar o jogo abaixo, também não pode estar a chamar a atenção para aquilo que é a governação e tal'", disse ainda.