Escrevo esta crónica em véspera de feriado. Foi em 1544 que o Rei D. João III atribuiu a Grândola a Carta de Vila. O resto do país pode não saber nem imaginar, mas neste bocadinho de Portugal amanhã ninguém trabalha – e, portanto, hoje é noite de copos.
No meu terceiro ou quarto ano, um desentendimento com um professor fez-nos recorrer ao coordenador da licenciatura. O professor da cadeira de Marketing não estava a seguir o programa curricular e as frequências estavam à porta.
Acho que é logo na primeira temporada da série Mad Men que podemos ver Mrs. Betty Draper no campo a despejar uma toalha de piquenique encosta abaixo. E com a toalha vão pratos, talheres e comida.
Ainda era Verão. Apesar de já estarmos a ser bombardeados com a campanha de regresso às aulas para aí desde finais de agosto e de a coleção de Outono já ter entrado nas lojas, ou pelo menos nos sites das lojas, ainda era Verão. Já estava menos calor, é verdade, mas o Outono só começa…
Parece que uma das tendências deste ano é levar – ou, no meu ponto de vista, trazer – os animais de férias. Segundo um estudo da Homeway, as pessoas com animais de estimação dizem ter sentimentos de culpa por deixarem os animais para trás, não conseguindo apreciar devidamente as férias.
A época tola está aí. Também podia ser silly season, mas o Alentejo não fala estrangeiro. Aliás, as ementas nos restaurantes raramente estão traduzidas e a malta entende-se à boa e velha maneira: gesticulando muito, falando alto ou apontando e mostrando o petisco confeccionado ou por confeccionar. E o mesmo se aplica ao resto da…
Nunca me considerei ‘uma pessoa de pessoas’. Vários anos a trabalhar no atendimento ao público, para poder pagar a faculdade, deixaram-me cansada do bicho-pessoa.
Há umas semanas, numa entrevista na televisão, o presidente da Câmara de Sintra era questionado sobre a importância de haver coordenação entre as várias empresas de transportes colectivos na área da grande Lisboa. Falava-se de facilitar a vida dos cidadãos, que, por exemplo, vivem em Cascais, trabalham em Lisboa e pelo meio ainda têm de…
Isto aconteceu na semana em que, por terras da canção da revolução, se cumpriram fatidicamente os três ‘F’: a santa padroeira local (N. Sr.ª da Penha) a fazer as vezes de N. Sr.ª de Fátima, os fados em sua honra (que reuniram fadistas locais) e um domingo de futebol (porventura mais importante que todos os…
Quando ainda não tínhamos decidido viver no Alentejo, encontrámos por acaso um casal alemão na praia da Raposa. A praia da Raposa só tem acesso directo pela prisão de Pinheiro da Cruz: é preciso ter uma senha para entrar que só é dada aos funcionários e familiares da prisão ou da câmara municipal.
Quando decidi vir viver para o Alentejo, não vim sozinha. Se o tivesse feito, o mais provável era não ter passado do primeiro Verão – e, por esta altura, talvez já estivesse de volta a Lisboa.
A primeira memória que tenho de ir às compras é com a minha mãe. Devia ter uns quatro ou cinco anos. A minha mãe usava um cesto, daqueles que agora voltaram a estar na moda, para trazer as compras para casa. Eu levava um igualzinho mas em ponto pequeno, a condizer com o meu tamanho…
O destino era Lisboa. Para fazer uma enfiada de compras, uma devolução e várias paragens por diversas capelinhas.
Por cá ainda não tivemos direito a ver As Cinquenta Sombras de Grey no cinema. Não que me tivesse feito falta. Mas já vi filmes piores em cartaz no cinema municipal. Quem tiver muita curiosidade e não puder esperar por meados do mês de Março pode, pelo menos, requisitar o livro na biblioteca.
Quem me contou pela primeira vez a história do leão de Rio Maior foi a tia Ducília, que era uma distinta contadora de histórias.
Antes do Natal, para darmos continuidade ao nosso projecto de conhecer melhor o Alentejo – e, ao mesmo tempo, para fugir à monotonia do Inverno na costa alentejana e ao destino do costume, que é Lisboa -, fomos para o interior. Ainda não foi desta que voltei ao Alqueva, que só conheço dos tempos em…
Há algum tempo que deixei de ser uma entusiasta da noite de fim-de-ano.
Na Lisboa dos últimos dias – ou nos últimos dias que passei em Lisboa a dizer adeus a pessoas e a sítios – eu era uma pessoa visivelmente transtornada. Portanto, foi com agrado que fui ouvindo frases de consolação como «mas depois vens cá» e «não estás assim tão longe» ou «estás só a uma…