Depois de pacientes observações; depois de aturadas conversas na linguagem dos bichos; depois de minuciosos apontamentos; o Matuto colocou a seguinte questão à bicharada que faz das ‘Pontes’ o seu lar: O que pensas do Homem?
O Matuto ainda tem dificuldade em verbalizar a palavra ‘cardápio’ para se referir ao menu dum restaurante. Em Portugal o menu também pode ser ‘lista’ ou ‘ementa’. Mas nunca cardápio, como aqui no Brasil, mesmo sendo uma palavra simpática.
Aqui nesta terra que tão generosamente acolheu o Matuto no seu seio, estamos na ressaca da Primavera, com a sua nitidez mansa. Chegam as chuvas tropicais que aguçam o cheiro da terra nas primeiras gotas gordas que caem do céu.
Aqui nas ‘Pontes’ – casa do Matuto e de sua gentil esposa, Dona Sirlei – a música é assunto sério. Seríssimo, na verdade. Os habitués da casa sabem disso.
Desde então, mencionar o nome “Macbeth” dentro de um teatro é considerado má sorte. Para evitar o azar, os actores referem-se a MacBeth como “A Peça Escocesa”.
A história de Natal, favorita do Matuto, foi escrita por Hans Christian Andersen, em 1845: A Menina e a Caixa de Fósforos. O Matuto prepara uma chá quente, aconchega a manta nos joelhos, ajusta o volume da vitrola, e passa a contar a história… Era uma vez uma menina que vendia fósforos.
Ainda que apoiado em bons argumentos, o Matuto não tem a certeza de se mentir mais no Brasil do que noutras latitudes. O detector de mentiras falha muito nesta questão tão subjectiva.
O Matuto garante de fonte segura que há outras pinturas marcantes, neste mundo. Uma delas é a Madonna del Pellegrini, do incontornável Caravaggio.
Matuto ouve o nome Artur Jorge e imediatamente faz conexões sinápticas com o rei Artur Jorge, Campeão Europeu em 1987. A mente humana funciona assim: por afinidades – garante o Matuto. O Rei Artur era um senhor do Futebol. O único treinador/filósofo.
Agora, o gordo está para o mórbido, como o homem branco está para tóxico. E, a frase, “engordaste, outra vez” é demolidora, para qualquer pessoa anafada.
Matuto constata que o Papa foi a África, meter o nariz onde não era chamado, o que suscitou um enorme torcer de narizes, que lhe valeu um cartoon de António.
Vêm estas arredias opiniões à baila porque o Matuto topou com um artigo defendendo a readaptação dos signos do zodíaco à realidade do hemisfério sul.
Os caloro-chatos que dissertam sobre os efeitos das gorduras a cada dentada no pastel de nata. Os transo-chatos que em todo o lado veêm cruzamentos dúbios. O homo-chatos que insistem em exibir em todo o lado, as cores do arco-íris.
As mãos como garras engadanhadas no assento. Meu Deus, livrai-nos dos taxistas melómanos!
O Matuto enumera “as janelas da sua vida”. A primeira coisa que o Matuto faz numa casa nova é ajeitar as suas ‘bugigangas emocionais’ em volta da janela.
Antigamente, os pirralhos limitavam-se a ser pirralhos. Agoramente, os gaiatos zombam na cara dos progenitores. Viraram pequenos tiranos!
o Matuto está em condições de informar que as dez palavras mais bonitas da língua Portuguesa são (a ordem é indiferente): alvorada, mar, luz, brisa, melodia, morango, tranquilidade, ternura, esperança e beijo.
Mesmo nos filmes que interpretou, Kris Kristofferson, trazia-nos vestígios de redenção.
O Matuto gosta de jazz, mas é obrigado a escutar a Beyoncé, nos supermercados. E quem gosta de rock leva com música clássica nas salas de espera. Não há democracia nesse som omnipresente. É uma ditadura!