É poeta e ficcionista e tem vindo a construir uma obra de pessoalíssima voz. Nasceu em 1941 em Chacim, uma antiga vila de Macedo de Cavaleiros e é conhecido o seu desapego pelas grandes cidades e pela via rápida (tantas vezes efémera ou imediatamente mortal) do produto desnacionalizado.
Começou por estudar Economia em Itália, mas os poemas publicados por uma revista de Milão levaram-no a apaixonar-se pela literatura portuguesa. Depois de Eugénio de Andrade, dedicou-se a estudar a obra de Sophia de Mello Breyner, e deparou-se com um obstáculo imprevisto.
Com um percurso de 20 anos e 40 títulos publicados, Gonçalo M. Tavares manteve sempre o centro: o livro. Para isso, teve de dizer não muitas vezes: a ‘convites para cargos, para coisas políticas’ e outros que não pode revelar. ‘Há uma coisa de que me orgulho: não me vendi’.
“Penélope está de partida” é um livro escrito de costas para a narrativa épica de Homero. Tem um pé na epopeia clássica, outro na modernidade. Oferece-nos um muito admirável puzzle dramático a que não faltam peças que investem contra o velho figurino da passividade feminina.
As férias desenham-se como um horizonte votado ao descanso, mas, também, a sonhos íntimos de vingança e de ajuste de contas com os impedimentos e bloqueios que tomaram conta do resto do calendário.
A propósito do 10 de junho, a autora levanta o véu sobre a biografia do poeta que está a preparar. ‘Camões é tão genial que resiste a tudo, até às más citações, até às banalidades’, diz Isabel Rio Novo, que depois da biografia de Agustina tinha jurado a si mesma que não se metia noutra.
Depois do romance Estocolmo, publicado ainda em ano a.C. (antes da Covid), Sérgio Godinho volta a responder à chamada da literatura. O seu mais recente livro, publicado pela Quetzal, propõe um diálogo entre poemas e fotografias.
Foi em 1971 que Manuel Alegre publicou, em Portugal, “Um Barco para Ítaca”, escrito durante o exílio argelino. Era então um Ulisses a contragosto, sem arco e sem Penélope. 50 anos depois, este poema dramático conhece a primeira edição autónoma na Dom Quixote. O tempo não o matou, antes lhe deu, em muitos lances, uma…
O Prémio Camões 2020, cujo júri deliberou este ano, por maioria, atribuir ao professor e ensaísta Vítor Manuel de Aguiar e Silva, destacada figura dos estudos literários portugueses, chega com um especial sentido de ajuste. Na sua 32.ª edição, é a primeira vez que é atribuido a um camonista – por paixão e por empenhada…
Jorge e Mécia de Sena. Na perseguição da liberdade e na democracia, na abundância criativa e na escassez, na “escrita da felicidade” e no desalento , nos dias fastos e nefastos, na união e na ausência. Todos os dias da vida de Mécia, terminada, aos 100 anos, no passado dia 28 de Março