Os desmaios, atrapalhações e surpresas que já marcaram as tomadas de posse

O desmaio de Cavaco, a atrapalhação de Santana com o discurso, o ar espantado de Portas quando ouviu que também seria ministro do Mar, foram momentos que marcaram as tomadas de posse dos Governo nos últimos 15 anos.

Os desmaios, atrapalhações e surpresas que já marcaram as tomadas de posse

A par da componente formal das tomadas de posse dos novos Governos, as cerimónias dos últimos 15 anos acabaram também por ficar marcadas por situações inesperadas, como o repentino desfalecimento do atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, durante a tomada de posse de António Guterres como primeiro-ministro, em 1995, no Palácio da Ajuda.

Pedindo depois desculpas pela perturbação causada, Cavaco Silva, que nesse dia se despedia de dez anos à frente do executivo, explicou que as últimas horas tinham sido "terríveis" devido à morte do seu sogro.

Quatro anos depois, António Guterres regressou ao Palácio da Ajuda para a posse do seu segundo Governo, desta vez sem incidentes, mas com algumas novidades no elenco governamental, como a criação do novo ministério da Igualdade, entregue a Maria de Belém Roseira, e a junção dos ministérios da Economia e das Finanças.

Dois anos e meio depois, a 06 de abril de 2002, pouco depois das 11:00, o Governo de coligação PSD/CDS-PP chefiado por Durão Barroso começou também a tomar posse, numa cerimónia que decorreu sem perturbações.

Em julho de 2004, depois da saída de Durão Barroso do executivo para presidir à Comissão Europeia, foi Pedro Santana Lopes que tomou posse como primeiro-ministro, numa cerimónia rica em pequenos 'episódios'.

Terceiro ministro a ser empossado, Paulo Portas não escondeu o espanto quando ouviu que a sua pasta iria designar-se não apenas Defesa, mas incluiria também os Assuntos do Mar.

Depois, quando Santana Lopes discursou pela primeira vez enquanto primeiro-ministro, acabou por trocar as páginas, saltando parágrafos e voltando atrás no discurso, que se prolongou por cerca de 30 minutos.

Ainda antes da tomada de posse tinha-se gerado outra pequena 'confusão', com Teresa Caeiro, que conforme se recordou na altura é "filha e neta de militares", a ser dada como certa a meio da tarde no ministério da Defesa, como secretária de Estado adjunta do ministro da Defesa e dos Antigos Combatentes.

Contudo, a verdade é que ao final da mesma tarde, Teresa Caeiro acabaria por tomar posse como secretária de Estado das Artes e do Espectáculo.

Apenas oito meses depois, tomou posse o primeiro Governo de José Sócrates, mas, ao contrário do que é habitual, no início da troca de saudações entre os novos ministros e os cessantes, as atenções não se concentraram no cumprimento entre o chefe do novo executivo e o seu antecessor, que chegou com dez minutos de atraso, à semelhança do ministro da Defesa cessante, Paulo Portas.

Depois das críticas contundentes com que o CDS-PP recebeu a nomeação do seu fundador para ministro do primeiro Governo de maioria absoluta socialista, os 'holofotes' dirigiram-se para o cumprimento frio entre Paulo Portas e Freitas do Amaral, que não durou mais de três segundos e deu apenas tempo para o líder dos democratas-cristãos desejar "felicidades" ao novo titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.

As duas tomadas de posse mais recentes, do segundo Governo de José Sócrates em 2009 e do primeiro executivo liderado por Pedro Passos Coelho, que tomou posse a 21 de junho de 2011, não ficaram marcadas por episódios dentro do Palácio da Ajuda, mas registaram pequenas manifestações no exterior da dupla de humoristas "Homens da Luta".

Lusa/SOL