Entre Melo e Cristas, prefiro a segunda

Nuno Melo e Assunção Cristas têm maneiras diferentes de estar na política: enquanto ele tem um discurso muito agressivo, ela é calma, embora firme.

Têm também percursos diferentes: ele, sobrinho-neto do histórico do PSD Eurico de Melo, muito novo conseguiu ser eleito presidente da Assembleia Municipal de Famalicão (cidade onde vivi seis anos). Licenciou-se em Direito por uma Universidade menor, a Portucalense, e em breve as suas capacidades o fizeram cair sob a vista de Paulo Portas, que o nomeou eurodeputado. Bruxelas (onde vivi outros seis anos), desde que se tenha dinheiro (e os eurodeputados têm) e paciência com o mau tempo quase permanente, é um sítio agradável, por isso compreendo a hesitação de Nuno Melo voltar a Portugal. Mas, provavelmente, a sede do poder falará mais alto.

Assunção Cristas é diferente, Mais nova que Melo, nasceu em Luanda, na Angola Portuguesa, um ano antes da independência, Em Portugal, licenciou-se em Direito numa Universidade de prestígio (a de Lisboa, dita Clássica), onde viria mais tarde a doutorar-se em Direito Privado. Exerceu diversos cargos na Universidade, até chegar a professora associada. Para além da carreira académica, exerce também a sua profissão numa sociedade de advogados.

Assessora do Ministro da Justiça de 2002 a 2005, deputada desde 2009, tornou-se em 2011 ministra de um dos “superministérios” que o governo de Passos Coelho criou, (Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território). Por ser demasiado grande, esse ministério foi partido em dois, em 2013.

Casada e mãe de quatro filhos, Cristas deve conhecer bem as virtudes da paciência. Não sou da área política do CDS, mas acho que a calma de Cristas deve resultar melhor do que a agressividade de Melo.