Ideologia de género e doutrinação nas escolas

A ideologia de género é uma realidade que começou por ser promovida discretamente mas que começa a aparecer de forma assumida. A doutrinação da ideologia de género deixou de ser escondida e a intenção de a impor parece afirmar-se. Mesmo antes de entrar na sua discussão, o palco escolhido – a escola – os alvos…

A ideologia de género é uma realidade que começou por ser promovida discretamente mas que começa a aparecer de forma assumida. A doutrinação da ideologia de género deixou de ser escondida e a intenção de a impor parece afirmar-se. Mesmo antes de entrar na sua discussão, o palco escolhido – a escola – os alvos – as crianças – e o protagonista – o Estado – merecem rejeição.

A ideologia de género defende que a identidade sexual é algo subjetivo e não determinado física ou biologicamente e considera o sexo biológico como uma característica maleável que pode ser transformada pela escolha de um ‘género’ diferente. A procura de uma nova identidade de género é encorajada e vista como demonstração de liberdade e emancipação individual. Para os ‘ideólogos de género’, a família composta por pai, mãe e filhos, não passa de um estereótipo cultural que não merece qualquer promoção ou, sequer, defesa (antes pelo contrário).

A coberto da promoção da tolerância e do respeito pela diversidade e da defesa da igualdade de direitos – valores fundamentais na sociedade – a ideologia de género vai sendo imposta nas escolas como se constata em episódios recentes como um inquérito a crianças de 9 anos com a pergunta «sente-se atraído por homens, mulheres ou ambos?» ou com a sessão de «sensibilização dos alunos para as diferentes orientações sexuais» conduzida por uma associação LGBTI no Barreiro, demonstram que existe uma intenção de doutrinar sobre a ideologia de género nas escolas portuguesas.

Antes da questão concreta da ideologia de género, o que está em causa é que existe uma clara violação da Constituição da República Portuguesa, que proíbe o Estado de programar a educação e a cultura segundo quaisquer orientações filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas. Igualmente grave é o facto de o Estado (e a Escola) imiscuir-se ou até impor-se na dimensão pessoal e familiar da formação dos indivíduos.

As famílias e, complementarmente, a Escola – respeitando as convicções das famílias – devem ser veículos da promoção de valores como a tolerância, a igualdade de direitos e oportunidades, o respeito pela diferença e o respeito pela orientação sexual individual. Tratando-se de valores centrais da formação, estes devem ficar à margem de aproveitamentos para a doutrinação que são tanto mais inadmissíveis quando têm como interlocutores crianças num contexto escolar em que os pais depositam confiança.

É fundamental que as famílias estejam atentas e sejam exigentes em relação ao papel que a Escola desempenha na formação dos seus filhos. A única forma de impedir a doutrinação sobre a ideologia de género ou outros em contexto escolar é a rejeição destas práticas. Para tal, o acompanhamento, escrutínio e envolvimento das famílias na vida escolar e a exigência da promoção dos valores familiares são cada vez mais importantes.

A demissão, desatenção e falta de exigência das famílias no acompanhamento da formação das crianças permite a ocupação desse espaço por oportunistas com objetivos (e consequências) que não correspondem à vontade maioritária da sociedade. A escola pública tem de refletir a vontade da sociedade e não pode ser condicionada por correntes minoritárias.