a ideia surgiu em 2007, quando luís já “desenrascava” tarefas de alguns amigos e desde essa altura pensou que quando surgisse a oportunidade haveria de a concretizar.
“foi o que aconteceu, fiquei desempregado. trabalhava como responsável de publicidade e marketing numa empresa de construção que entrou em insolvência e em novembro de 2012 surgiu o moço de recados”, contou luís campos à agência lusa.
comprar presentes, ir entregar flores ou chocolates são os recados mais comuns, mas há também pedidos que vêm do estrangeiro, há outros para ir à segurança social ou às finanças e ainda outros de urgência.
“um senhor ligou-me aflito porque o carro trancou-se com a chave na ignição e pediu-me para ir a casa da mulher buscar a chave suplente. foi talvez o pedido mais estranho que tive”, contou.
o negócio está ainda a crescer, mas já existem clientes fiéis e todas as semanas aparecem novos.
de trás para a frente, montado na sua vespa, luís consegue fugir ao trânsito e fazer uma média de seis recados por dia, mas já houve dias em que chegou aos 15 recados.
o recado é pago consoante o tempo dispensado: 30 minutos são 8 euros e, a partir daí, a cada 15 minutos acrescem dois euros. num mês bom, luís consegue um ordenado de 1000 euros.
“é uma aposta ganha, mas infelizmente é um serviço que tem algumas barreiras por ser um serviço novo. temos que lutar com questões culturais e mostrar às pessoas que há outra forma de rentabilizarem o seu tempo e mostrar que estamos aqui para ajudar”, disse.
a operar na grande lisboa, o objectivo de luís campos é instalar um “moço de recados” em cada concelho e ainda chegar às grandes cidades.
“quero não só criar um negócio que seja rentável, mas também que possa proporcionar emprego a outras pessoas. talvez seja o meu contributo neste pequeno país”, concluiu.
o projecto encontra-se na internet em www.mocoderecados.com.
lusa/sol