AirHelp acusa companhias aéreas de rejeitarem pagar 61% de compensações justas

Organização denuncia empresas “que não estão a jogar limpo”. TAP é visada no estudo com uma taxa de 40,6% de pedidos de compensação negados erradamente.

A AirHelp, organização de defesa dos direitos dos passageiros aéreos, denunciou, em comunicado, que dez das principais companhias aéreas a operarem em Portugal recusaram “erradamente” 61% dos pedidos de compensação a passageiros, impedindo o pagamento de justas indemnizações. Os dados dizem respeito a 2019 e a AirHelp aponta o dedo a várias empresas de aviação, destacando pela negativa a espanhola Vueling Airlines, a irlandesa Ryanair e a britânica Easyjet.

De acordo com os dados divulgados pela AirHelp, praticamente todos os passageiros que submetem um pedido de compensação válido à Vueling Airlines vêem a sua reivindicação rejeitada após a solicitação inicial. A taxa de rejeição destes pedidos atinge os 99,9%. A Ryanair rejeita 98,4% dos pedidos considerados elegíveis, enquanto a Easyjet recusa 87,3%.

A TAP Portugal surge em oitavo lugar do ranking português, com 40,6% dos pedidos de compensação negados injustamente. British Airways (66,6%), Aer Lingus (55,4%), Lufthansa (52,7%), Air Europa (52,4%), Air France (31,4%) e Transavia Airlines (28%) também fazem parte desta lista.

Na nota, Carolina Becker, especialista em direitos dos passageiros aéreos da AirHelp, conclui “que as companhias aéreas não estão a jogar limpo e, por isso, não é de admirar que dois em cada três passageiros desistam depois do seu pedido de compensação inicial ter sido rejeitado”. “A investigação da AirHelp sobre o processamento de compensações pelas companhias aéreas expõe a tentativa flagrante das companhias se esquivarem de responsabilidades legais e prova que os passageiros precisam de apoio para exercer os seus direitos”, acrescenta.

De acordo com a AirHelp, só em 2019 cerca de 7,6 milhões de passageiros foram afetados por perturbações de voos em Portugal, mas as companhias aéreas rejeitaram cerca de 30% a mais de reclamações este ano, comparativamente a 2018.