Desporto 2015. Acontecimento. Ronaldo bate todos os recordes

O apetite (muita fome) por golos é insaciável, o nome (e seus acrónimos) dispensa apresentações, o CV ultrapassa fronteiras, a glória alcançada já é imortal (o Google ajudou) e o museu CR7 na Madeira começa a ser pequeno para guardar tantos troféus. É que 2015 voltou a ser um ano em cheio para o maior…

Cristiano Ronaldo apontou mais um hat-trick histórico: conquistou a terceira Bola de Ouro da carreira, fez o póquer na Bota de Ouro e tornou-se o melhor marcador de sempre no Real Madrid. Ultrapassar lendas goleadoras como Puskás, Di Stéfano ou Raúl não é para todos (até agora só para um, CR).

A nova página histórica do internacional português começou a ser escrita no início do ano, em janeiro, quando foi eleito o Melhor Jogador do Mundo, devido aos feitos em 2014, igualando o registo de Johan Cruyff, Michel Platini e Van Basten.

O capitão da seleção nacional arrecadou 37,66% dos votos, contra os 15,76% de Messi, na segunda posição, e 15,72% de Neuer, que fechou o pódio. Uma tareia, portanto.

Apesar de ser a terceira Bola de Ouro no palmarés (depois dos triunfos em 2008 e 2013), Ronaldo ambiciona mais e deixou o aviso: “Nunca pensei ganhar três vezes esta bolinha, mas não paro por aqui”. E não parou. E o que fez? Marcou golos. Já sabemos, são como o Ketshup: “quando aparecem vêm todos de uma vez”, disse-nos uma vez.

Golos? “Siiiiim”. Finais de setembro, segunda jornada do grupo A da Liga dos Campeões. Real Madrid vs Malmo. Depois de três jogos em branco, Ronaldo responde às críticas que o davam à porta de mais uma mini-crise com dois golos (2-0).

Chegou para destronar Raúl (323 golos com a camisola blanca) no topo da lista dos maiores artilheiros de sempre do Real. O avançado espanhol atingiu a marca em 741 jogos, o português só precisou de 310 (324 golos) – neste momento Ronaldo já leva 515 golos em toda a carreira, o que faz uma média de 0,67 golos/jogo.

“Tê-lo em campo é como começar o jogo já a vencer por 1-0”, disse Carlo Ancelotti, que o treinou no Real. É quase isso. Não há barreiras que o parem. Que o digam históricos madrilenos como Di Stéfano (307 golos em 393 jogos), Santillana (289/645); Puskás (242/262) e Hugo Sánchez (208/282 jogos).

“Para mim é uma honra receber este prémio, nunca pensei, quando vesti pela primeira vez esta camisola, ser o melhor marcador do melhor clube do mundo e bater o meu amigo Raúl e o grande Alfredo di Stéfano”, rematou (com golo) o camisola 7 que, mais uma vez, voltou a não se ficar por aqui.

Como? Doze dias depois sagrou-se o primeiro futebolista a ter em casa quatro troféus de melhor marcador nas Ligas europeias, este último correspondente à época 2014/15. Com 30 anos, Ronaldo somou nesse ano quatro bis, seis hat-tricks, um póquer e uma manita na Liga espanhola.

Mais: marcou em 25 dos 35 jogos que disputou – só nas primeiras 12 jornadas apontou 20 golos, tendo falhado a segunda… para descansar. O rei dos goleadores selou a conquista com um recorde pessoal (48 golos numa só temporada) e ficou a apenas dois dos 50 de Messi (2011/12), o máximo na competição.

Ronaldo parece gostar de recordes e voltou a bater mais um (já cansa) no início de dezembro: 11 golos na fase de grupos da Liga dos Campeões. Por agora chega, para o ano há mais?