Estudo. 16% das empresas sofreu incumprimentos significativos em 2021

Os dados, divulgados esta quinta-feira, são o resultado de um inquérito levado a cabo pela Crédito y Caución e pela Iberinform.

Em 2021, 16% das empresas portuguesas sofreu incumprimentos significativos, apesar das injeções de liquidez e dos estímulos fiscais recebidos para atenuar os efeitos económicos da covid-19, segundo dados de um inquérito levado a cabo pela Crédito y Caución e pela Iberinform, divulgados esta quinta-feira.

De acordo com o estudo, 42% das empresas deteta uma deterioração nos níveis de solvência dos seus clientes causada pela pandemia que gerou um agravamento do risco de crédito associado à sua carteira e 41% do tecido empresarial prevê que o nível de incumprimento dos seus clientes aumente nos próximos meses.

Para exlicar a deterioração atual dos níveis de solvência, a Crédito y Caución e a Iberinform apontam a combinação de vários fatores.

"Por um lado, as empresas fizeram uso das facilidades de liquidez e estão agora mais endividadas do que antes da pandemia, o que agravou os seus custos financeiros. Por outro lado, muitas empresas ainda estão longe de recuperar os níveis de faturação anteriores à pandemia", descrevem.

Além desses aspetos, "há um aumento dos custos de operação, derivado das matérias-primas, da energia e do desajustamento logístico das cadeias de fornecimento, que não pode se facilmente transferido para as margens".

Referem ainda que, embora não se preveja que as empresas portuguesas alcancem os seus níveis de faturação pré-pandemia antes de 2022, "três em cada cinco empresas, cerca de 61%, espera melhorar os seus resultados no comparativo com 2020".

Contudo, as previsões sobre o impacto desta maior atividade económica na rendibilidade das empresas não mostram a mesma intensidade. "Apesar do incremento dos níveis de faturação, apenas 52% das empresas espera aumentos nos lucros e uns significativos 22% espera mesmo um agravamento face a 2020. Este efeito explica-se, em boa medida, pelo aumento dos custos de operação e pelo incremento dos custos financeiros pela deterioração da solvência empresarial", justifica o relatório.