Administrador apostólico do Porto apela à proteção dos ‘mais frágeis’

Pio Alves, administrador apostólico da diocese do Porto, afirmou hoje na sua homilia que os homens têm dado “demasiadas vezes provas de ser maus gestores” do mundo e que é preciso proteger os “mais frágeis” dos poderosos.

Na homilia, proferida na igreja catedral do Porto, Pio Alves lembrou que “os primeiros a ficarem de fora do palco da dignidade humana e da mais elementar realização pessoal acabam por ser sempre os mais frágeis”.

Para Pio Alves, “quando impera a lei da selva, a vitória é para os mais fortes” e “os mais fracos servem apenas para divertimento e alimento dos poderosos”.

O administrador apostólico defendeu que “o mundo, em toda a sua beleza e complexidade, é obra de Deus, confiada aos seres humanos… para todos os seres humanos” e que “servirá melhor ou pior os desígnios de Deus conforme nós soubermos administrá-lo”.

“Sem pessimismos, com o realismo que convida a procurar respostas, não podemos fechar os olhos, em primeiro lugar, ao acontece à nossa volta”, defendeu.

“Uma única pessoa humana a quem, na prática, se negue a dignidade é motivo suficiente de intranquilidade. Mas não é um, não são dois: são milhares, são já uma multidão os famintos de pão, de humanidade, de dignidade”, acrescentou.

Para Pio Alves, “é urgente identificar causas; mas é ainda mais urgente potenciar respostas, ainda que sejam precárias; abrir caminhos, ainda que sejam estreitos”.

“Os pobres primeiro”, apelou o administrador apostólico, afirmando que cada vez mais é preciso “saber somar iniciativas, concertar soluções”.

Recordou ainda o papa Francisco e a sua recente exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, em que afirma que na medida em que Deus consiga reinar entre os homens “a vida social será um espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos” e que, “por isso, tanto o anúncio como a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais”.

Lusa/SOL