Apollo e Fosun passam à segunda fase de reprivatização das seguradoras da Caixa

O Governo admitiu os investidores de referência Apollo Managment International LLP e o Fosun International Limited para a segunda fase do processo de venda das acções representativas as companhias de seguros Fidelidade, Multicare e Cares, do Grupo CGD.

“foram admitidos a participar na fase subsequente do processo de alienação das acções representativas do capital social das sociedades fidelidade, multicare e cares, os seguintes investidores de referência: apollo managment international llp e fosun international limited”, anunciou o ministro da presidência e dos assuntos parlamentares, luís marques guedes, em conferência de imprensa, após o conselho de ministros (cm).

o governante adiantou que a proposta dos norte-americanos apollo visa a aquisição “da totalidade das acções” das empresas seguradoras e a proposta dos chineses fosun “é mista”, aponta quanto aos dois veículos criados dentro da operação, “para a aquisição de 70% de uma e 51% da outra”.

nesta segunda fase, explicou, “a negociação pode alterar este quadro”, pelo que concorrentes que manifestaram interesse na primeira fase e foram, entretanto, afastados podem ainda “associar-se e criar uma ‘joint venture’ (parceira) com os candidatos que agora seguem”.

marques guedes avançou ainda que as propostas vinculativas terão de ser apresentadas até ao início de novembro, data a partir da qual decorrerá a negociação durante um mês.

o governo espera ainda receber uma formulação do instituto português de seguros, que vai conduzir a fase de negociação, sendo esta submetida ao cm até 11 de dezembro para a tomada de decisão.

marques guedes lembrou que entre um conjunto de 66 potenciais investidores de referência que o estado, através da caixa seguros e saúde, convidou à apresentação de intenções de aquisição, foram recebidas cinco intenções de aquisição da totalidade ou parte das empresas seguradoras.

já na quarta-feira, o governo anunciou a nomeação de josé manuel costa, diogo leite campos e jorge vasconcelos como membros da comissão especial de acompanhamento à privatização das seguradoras fidelidade, multicare e cares, do grupo cgd, segundo o despacho publicado em diário da república.

na quinta-feira, dia 29 de agosto, o executivo tinha aprovado em conselho de ministros o caderno de encargos da privatização das seguradoras fidelidade, multicare e cares, do grupo cgd.

a privatização das seguradoras do grupo caixa, que são líderes em portugal com uma quota de mercado superior a 30%, deverá estar concluída até ao final do ano.

o caderno de encargos, publicado na sexta-feira em diário da república estabelece os termos e as condições da venda directa de referência das três seguradoras ou de parte dos seus activos.

para seleccionar as melhores propostas, o governo vai levar em linha de conta nove critérios de selecção das propostas, a começar pelo preço.

além disso, será tida em conta a percentagem de capital social com que o proponente pretender ficar, a metodologia proposta para a aquisição das empresas, o melhor interesse patrimonial para o estado, sobretudo no que se refere ao encaixe financeiro e impacto para a cgd, a qualidade do projecto apresentado, a preservação da unidade estratégica do grupo segurador, a contribuição para a manutenção da capacidade económico-financeira das empresas seguradoras, a minimização de condicionantes jurídicas, laborais ou económico -financeiras para a concretização da compra e, por fim, a idoneidade e capacidade financeira do comprador, assim como a experiência no sector segurador.

a privatização inclui ainda a venda aos trabalhadores destas empresas de um lote de até 5% do capital social da fidelidade.

lusa/sol