Aumenta a criminalidade violenta

Portugal era e ainda é visto como um dos países mais seguros para se viver, mas nos últimos tempos a situação tem vindo a piorar e se não fosse a crise económica já se teriam acendido as luzes vermelhas de alerta.

todos os dias há conhecimento de assaltos violentos, os reformados que vivem em zonas isoladas são assaltados e nalguns casos até violados. o sentimento de insegurança começa a crescer e com ele a economia irá piorar.

comecemos por um exemplo muito prático e com que muitos já se depararam: as bombas de gasolina começaram a fechar muito mais cedo e, nalguns casos, retiraram as máquinas de multibanco, não vá o posto ser assaltado mesmo quando as portas já estão encerradas.

no pequeno comércio sucedem-se os assaltos à mão armada em pleno dia. alguns dos roubos não ultrapassam meia dúzia de euros, mas o terror que espalham é preocupante. com algum sentimento de impunidade instalado, é natural que os autores dos assaltos não se inibam de voltar a fazê-lo. há umas semanas constatei, pelas páginas dos diários, que um homem sozinho assaltou várias farmácias, estações de correios, além de outros estabelecimentos, numa área de poucos quilómetros. os comerciantes assaltados terão arcaboiço financeiro para continuar a investir?

outra zona onde os ladrões gostam de actuar é nos transportes públicos, onde há registos de ‘mini arrastões’.

e o que dizer das famílias que são agredidas e roubadas quando vão chegar a casa, depois de um dia de trabalho, caso não tenham sido vítimas de carjacking? e aquelas que são logo importunadas por alguns falsos mendigos que se encontram junto aos semáforos para roubarem e fugirem imediatamente com a cumplicidade de outros companheiros?

o cenário descrito pode parecer catastrofista e alarmista. mas é um facto que nunca se ouviu falar tanto de assaltos como agora. penso que as autoridades policiais precisam de mudar algumas rotinas, mas precisam também de ter o apoio de quem de direito. é óbvio que a solução não passa por encher ainda mais as cadeias. mas é preciso transmitir um clima de segurança em que os assaltantes tenham a vida dificultada. nunca percebi, por exemplo, por que razão as operações stop, na sua maioria, só se preocupam com o teste do álcool. que tal saberem se o carro é roubado ou se no seu interior viaja alguém fugido à justiça? voltando ao princípio, portugal ainda é um país seguro, mas se não se tomarem medidas deixará de o ser.

vitor.rainho@sol.pt