Bebidas

Muitos dos bares e discotecas existentes devem uma considerável viabilidade do seu negócio à custa dos sponsors. Dessa forma, em alguns locais, por norma, se há cerveja Sagres não há Super Bock e vice-versa.

no que aos whiskys diz respeito, a história é a mesma já que determinadas marcas são riscadas pela concorrência. ir a uma discoteca e ser-se obrigado beber um whisky que não é o da nossa preferência é desagradável por duas razões: a primeira, e lógica, é pelo gosto; a segunda, é que a alternativa, regra geral, é mais cara.

há dias assisti a uma conversa que versava sobre esse assunto, mas mais na vertente económica. dizia um amigo que é inconcebível que discotecas onde as bebidas são servidas em copos de plástico e onde o requinte é quase nulo se cobre 10 euros por uma dose. depois começou a enumerar os lugares onde isso acontece e os presentes foram obrigados a concordar com ele.

em tempo de crise faz alguma confusão que os preços sejam tão elevados. se as discotecas cobrassem consumo mínimo de 10 euros e dessem direito a duas bebidas brancas (novas) a história seria bem mais justa. como uma garrafa dá, em média, 12 a 14 doses o negócio torna-se rentável. o problema é que muitas não cobram à entrada e depois são obrigadas a exigir preços mais elevados para conseguirem um consumo per capita aceitável. o problema para alguns dos clientes menos abonados, é que há casas que têm consumo obrigatório, mas só com direito a uma bebida. e isso faz com que muitos adoptem estratégias de ‘sobrevivência’.

os mais novos, por exemplo, que são a maioria dos que andam à noite, procuram ‘embebedar-se em casa de amigos, nos bares em saldo ou nas ruas – munidos de garrafas de litro que compram em mercearias de bairro que estão abertas até mais tarde – , para depois guardarem os tais 10 euros para acabarem a noite nas discotecas que lhes exigem esse valor para entrar. claro que há, do lado de alguns empresários menos escrupulosos, tácticas muito pouco recomendáveis: cortam na qualidade das bebidas para as poderem vender mais barato. o melhor mesmo é estar atento e não consumir gato por lebre. caso contrário, no dia seguinte o corpo é que paga.

vitor.rainho@sol.pt