Bienal de Antiguidades de Lisboa dá lugar à Feira Anual de Artes e Antiguidades

A Bienal de Antiguidades de Lisboa dá lugar a uma Feira de Artes e Antiguidades com regularidade anual que acontecerá já este ano em Abril, também na Cordoaria Nacional, disse hoje à Lusa fonte da organização.

manuel murteira, presidente da associação portuguesa de antiquários (apa) que organiza o certame, disse à lusa que «o novo modelo não põe em causa as exigências de qualidade que qualificaram a bienal, continuando o comité de peritos a ter a possibilidade de vetar peças, caso estas não estejam conforme o rigor exigido».

por outro lado, adiantou, «a feira passará a estar aberta à arte contemporânea», uma decisão que justificou «pela evolução do gosto decorativo» e «porque a apa é não imóvel».

uma «reformulação» da bienal que, mantendo «os elevados critérios», é «o mais importante certame do sector que se realiza em portugal, e o único a ser reconhecido e incluído no roteiro internacional das feiras de antiguidades e arte contemporânea».

a «elevada qualidade, quer a nível das peças expostas, quer da sua concepção, promoção e divulgação» contribuem para a bienal e já este ano a feira, integrar o circuito internacional.

«a maior feira deste ramo de actividade que se realiza em maastricht [países baixos] também tem a participação de arte contemporânea e vemos o mesmo em londres, paris, nova iorque ou aqui ao lado, em madrid», rematou.

a primeira feira de arte e antiguidades de lisboa realiza-se de 13 a 22 de abril na cordoaria nacional e reunirá 29 expositores.

questionado pela lusa se o cenário de crise não se faz sentir nos mercados de arte e antiguidades, manuel madureira foi peremptório: «não, de forma alguma, para as coisas boas há sempre mercado».

o responsável referiu em seguida que, no inquérito realizado aos 29 expositores da bienal, 47 responderam que estavam «contentes» e um «muito contente», com os resultados de vendas.

«há ainda vendas realizadas pós bienal mas que resultam dos contactos feitos na bienal», acrescentou.

manuel murteira referiu ainda «os excelentes resultados» alcançados em leilões internacionais de espólios de arte e antiguidades, citando os do banqueiro edmond jacob safra e do pintor luís pinto coelho.

a feira contará com o alto patrocínio do presidente da república e revalidará a parceria com o museu nacional de arte antiga e, durante a feira, estará exposta uma peça de machado de castro que «será o alvo da grande exposição de verão naquele espaço».

a apa é uma associação sem fins lucrativos que existe há 17 anos atrás, membro da confederação internacional dos negociantes de obras de arte desde julho de 1996.

lusa / sol