Brisbane, uma cidade irreconhecível aos olhos de um português

Brisbane, a terceira maior cidade australiana, está irreconhecível e nos arredores há comunidades que foram «varridas» pelas águas e terão de ser totalmente reconstruídas, descreveu hoje um cidadão português ali residente.

«A cidade está irreconhecível» e algumas dezenas de quilómetros a sul «há comunidades, localidades mais pequenas que foram varridas pelas inundações, terão de ser reconstruídas e já não serão as mesmas», relatou José Teixeira, contactado telefonicamente pela Agência Lusa.

Mesmo tendo escapado às piores previsões dos hidrólogos, com o pico das inundações, na terça-feira, menos elevado do que o inicialmente previsto, os danos materiais são «muito avultados» e o balanço dado pelas autoridades é de 15 vítimas mortais e 61 desaparecidos.

Os efeitos da calamidade são mais visíveis a nível material, com rede viária, zonas industriais e zonas habitacionais destruídas, relatou José Teixeira.

Nas últimas 36 horas, a situação em Brisbane e toda a zona melhoraram, porque a chuva parou, mas «as pessoas perderam casas, há uma estimativa de que 200 mil pessoas foram directamente afectadas».

Há 24 horas havia 125 mil casas sem energia eléctrica, desligada por motivos de segurança, «hoje já há menos, o número é de 77 mil e prevê-se que seja reduzido para 30 mil nas próximas 24 horas, mas muitas estão assim durante mais algum tempo», segundo José Teixeira.

Outra preocupação das pessoas e das autoridades, referiu este português, é «o abastecimento de água, que está normalizado em Brisbane, mas o mesmo não se pode dizer em relação às cidades periféricas, onde as águas sujas se misturaram com as limpas».

A cidade de Brisbane, capital do Estado de Queensland, é a mais recente cidade atingida pelas inundações que fustigam o Nordeste da Austrália desde o fim de Novembro e que já mataram pelo menos 23 pessoas.

Lusa / SOL