alessandro era um comerciante italiano fascinado pelo oculto e por objectos estranhos, mesmo não sendo crente nas questões esotéricas. ao longo das suas viagens reuniu uma grande colecção de objectos conotados com a bruxaria e feitiçaria, grande parte da qual está agora em exposição em alcochete.
são cerca de 300 peças, divididas em seis áreas diferentes. primeiro as relíquias e objectos estranhos, alguns reais, outros falsos, como a coroa de espinhos de cristo. depois as poções, os venenos, os animais e plantas venenosos. numa terceira parte há seres fantásticos como gnomos e duendes, dragões e sereias (muitas vezes eram macacos ou outros pequenos animais embalsamados e com formas humanóides). segue-se o culto do diabo, com imagens, esculturas e mais supostos seres demoníacos. seguem-se alguns curiosos objectos eróticos e máquinas de prazer, bem como vários afrodisíacos. e finalmente vários instrumentos de tortura usados na caça às bruxas na europa.
na apresentação da exposição esteve presente josé pedro paiva, professor de história na universidade de coimbra, que explicou as lições que se podem tirar destes temas. «apesar de estarmos do domínio do oculto e do imaginário, há sempre uma certa racionalidade envolvida», afirmou, dando o exemplo de químicos presentes nas plantas ou nos animais que têm de facto efeitos físicos ou psicológicos nas pessoas.
por outro lado, em portugal a bruxaria está presente essencialmente como tradição oral, através de histórias que se foram contando, e não tanto com objectos e seres mágicos como noutros países da europa. daí se explica que «a inquisição tenha condenado à morte apenas quatro pessoas por bruxaria e feitiçaria, ao contrário de outros países».
a exposição bruxaria e criaturas fantásticas vai ficar no freeport até 19 de dezembro, apenas aos fins-de-semana, feriados e vésperas de feriado.
