CAEM vai analisar ‘consequências jurídicas’ da decisão da TVI

A Comissão de Análise de Estudos do Meio (CAEM) vai analisar que consequências tem a decisão da TVI de ignorar os resultados oficiais de audiências. A RTP aplaude posição do canal de Queluz. Mas a SIC «lamenta a opção de não se respeitarem as regras adoptadas em sede de auto-regulação».

«a direcção da caem estranha esta decisão extemporânea da tvi antes de qualquer discussão nos órgãos onde, até agora, todas as decisões foram tomadas, por maioria ou unanimidade», reage em comunicado o organismo, composto por televisões, anunciantes e agências de meios.

o assunto foi já remetido pela caem ao seu departamento jurídico «para avaliação das consequências contratuais». e será o tema principal de uma reunião convocada para a próxima semana.

a reunião promete, aliás, ser bastante quente, já que as posições começam a extremar-se entre as televisões.

a tvi considera que «as repetidas incorrecções, falhas, omissões e problemas registadas ao longo do último mês lançaram uma dúvida insustentável sobre o mercado de televisão em portugal».

já a rtp «partilha a opinião hoje expressa pela tvi, de que não se pode trabalhar com a falta de fiabilidade e a instabilidade deste sistema de medição de audiências».

mas a sic «lamenta a opção de não se respeitarem as regras adoptadas em sede de auto-regulação, depois de as mesmas terem sido aprovadas por unanimidade pelos membros da caem».

nesta guerra, os anunciantes optam por ficar do lado da caem, mantendo a posição de defender aqueles que são os resultados oficiais de audiências desde o dia 1 de março – em cumprimento do que resultou de um concurso público lançado pela caem e ganho pela gfk.

«a associação portuguesa de anunciantes (apan), embora respeitando as posições dos seus parceiros, não compreende como se pode pretender sair do processo nesta fase tão avançada», pode ler-se em comunicado enviado às redacções em reacção à posição da tvi.

para os anunciantes, não é aceitável que a estação ignore os dados que são considerados oficiais.

«a apan recorda que não é aceitável a existência de dois sistemas de medição de audiências de um mesmo meio no mercado e que sempre respeitará o sistema aprovado pela caem, entidade que representa o conjunto do sector».

margarida.davim@sol.pt