‘Capitais brasileiros são muito bem-vindos no processo de privatizações’

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje no Rio de Janeiro, perante dezenas de empresários, que os capitais brasileiros são «muitíssimo bem-vindos» no processo de privatizações que está em curso em Portugal.

pedro passos coelho acrescentou que estão pela frente «processos de privatização tão importantes como os da tap, da ana, dos ctt, dos estaleiros de viana do castelo, entre muitos outros».

num discurso durante um jantar com empresários portugueses e brasileiros promovido pela câmara portuguesa de comércio e indústria do rio de janeiro, num hotel de copacabana, o primeiro-ministro introduziu o tema das privatizações referindo que o programa que estava previsto foi acelerado.

«acelerámos o programa que estava previsto, tendo conseguido, já numa conjuntura desfavorável, e em apenas duas transacções no sector da energia, encaixar mais de 60 por cento das receitas esperadas com todo o programa de privatizações», assinalou.

«e, por falar em privatizações, e aqui no rio de janeiro, com ilustres participantes como os que aqui tenho à minha frente, gostaria de reiterar que os capitais brasileiros são muitíssimo bem-vindos neste processo que está em curso», afirmou, em seguida.

no seu discurso, o primeiro-ministro descreveu portugal como um país que começa a ter «resultados muito positivos nos mercados financeiros e na própria economia real», que regista um «dinamismo» do sector exportador e está a reduzir o seu desequilíbrio externo.

«o ritmo de endividamento da nossa economia, das famílias, das empresas e do estado, está finalmente a baixar. e portugal é hoje um dos países com reserva de poupança bancária mais robusta, com níveis de confiança dos próprios portugueses sem precedentes, condição essencial para se prosseguir ciclos de políticas de investimento assentes em realismo económico», considerou.

segundo passos coelho, «os mais recentes acontecimentos nos mercados secundários da dívida soberana europeia» mostram que portugal «começou já a ganhar credibilidade e uma maior resiliência aos contágios», mas o país não deixará ser afectado se «alguma coisa mais grave» acontecer na europa, porque «não é uma ilha».

de acordo com responsáveis da organização, estiveram neste jantar cerca de 200 pessoas e os associados da câmara de comércio e indústria pagaram 800 reais cada um, enquanto os convidados pagaram 1000 reais – valores entre 300 e 380 euros.

lusa/sol