Cartier enfrenta primeira greve da sua história

A joalharia francesa Cartier, fundada em 1847, está a enfrentar a primeira greve da sua história com os trabalhadores a exigirem, no centro de Paris, onde se situa a sua principal loja, aumentos salariais.

“é histórico, é a primeira vez que há uma greve na cartier”, disse à france presse uma funcionária, afirmando ganhar “apenas 1.300 euros” após 13 anos de trabalho.

“não vamos desistir, podemos perder algum dinheiro, mas eles perdem milhões”, afirmou, falando em frente à joalharia.

“cartier fechada, trabalhadores endividados”, “trabalhadores mal pagos”, reclamaram cerca de 50 elementos especializados em joalharia que se deslocaram de reims até à capital francesa.

os trabalhadores reclamam um aumento de 200 euros por mês.

a oficina de reims é especializada na fundição de metais preciosos e na montagem de jóias.

os 70 trabalhadores do atelier de fabrico estão em greve, indicou flavien lacrampe, da central sindical cgt, garantindo que a paralisação continuará até as suas reivindicações terem resposta.

“temos salários mínimos, mas para eles as coisas correm bem. os últimos números do volume de negócios foi de 12,7 mil milhões de euros”, acrescentou o delegado da cgt, o único sindicato presente no local.

na terça-feira, durante as negociações salariais, a administração propôs um aumento de salários da ordem dos 75 euros brutos, “uma provocação” para os trabalhadores, disse lacrampe.

num comunicado divulgado na quinta-feira à noite, a administração da cartier joaillerie international manifesta “a sua profunda decepção e incompreensão com o fracasso das negociações com o delegado sindical da cgt”.

a joalharia pertence ao grupo suíço richemont, um dos líderes do segmento de luxo, que é também proprietário das marcas van cleef & arpels e da mont blanc.

fundada em paris em 1847 por louis-françois cartier, a empresa tornou-se famosa com o neto do fundador, louis cartier, e ficou sob controlo da família até 1964.

lusa/sol