Chanceler alemã assegura que não haverá tolerância com ataques xenófobos

A chanceler alemã, Angela Merkel, assegurou hoje que a Alemanha não vai tolerar ataques “repugnantes e vergonhosos” contra refugiados, durante uma visita ao centro de acolhimento de Heidenau, na Saxónia, atacado no fim de semana.

Chanceler alemã assegura que não haverá tolerância com ataques xenófobos

"É preciso dizê-lo claramente: não há nenhuma tolerância para com aqueles que questionam a dignidade de outras pessoas", afirmou Merkel, voltando a qualificar de repugnante e vergonhosa a violência de manifestantes da extrema-direita registada no fim de semana.

"Quanto mais pessoas tornarem isso claro, no seu trabalho e nas conversas com conhecidos, amigos e familiares, mais fortes e mais capazes seremos de lidar com a tarefa" de acolher refugiados, acrescentou.

Pouco antes, quando chegou ao centro de acolhimento de Heidenau, a chanceler foi vaiada por cerca de 200 pessoas que se concentraram a pouca distância do edifício.

Segundo a agência alemã DPA, a extrema-direita apelou nas redes sociais para ações de protestos contra a visita de Merkel.

Tanto à chegada ao local como durante as declarações que fez à imprensa no final da visita, as buzinadelas de automóveis que passavam na rua foram constantes, segundo jornalistas no local.

Angela Merkel já tinha condenado na segunda-feira a violência do fim de semana em Heidenau, qualificando-a de repugnante e considerando vergonhoso que "famílias com crianças" participem em manifestações xenófobas.

No protesto de hoje, segundo jornalistas, participaram pessoas de todas as idades, desde idosos a jovens mães com crianças.

Nas noites de sexta-feira e de sábado passados, dezenas de pessoas ficaram feridas em confrontos que opuseram a polícia a manifestantes de extrema-direita convocados pelo partido neonazi NPD para protestar contra a abertura do centro.

Os ataques contra centros de refugiados têm-se multiplicado na Alemanha, um dos principais países de acolhimento na Europa, que estima receber este ano um número recorde de 800.000 pedidos de asilo.

Nos primeiros seis meses de 2015, registaram-se cerca de 200 ataques contra centros de refugiados, segundo números do Ministério do Interior.

Lusa/SOL