CIMPOR abre nova fábrica em Marrocos

O presidente da Comissão Executiva da CIMPOR disse hoje em Rabat que a empresa vai montar uma nova fábrica em Marrocos e defendeu que a história recente de Portugal é «activo» para lidar com situações de mudanças na região.

«os ambientes revolucionários trazem sempre alguma instabilidade ao mundo dos negócios, não em marrocos porque aqui não sentimos rigorosamente nada, mas no egipto foi sobretudo complicado durante uma semana em que os problemas foram muito críticos», disse francisco lacerda, que referiu que desde essa altura a fábrica de cimento no egipto está a funcionar normalmente e que para muitos portugueses a experiência vivida durante a revolução portuguesa em 1974 foi útil para encarar a situação no terreno em 2011.

«nós talvez ainda não estivéssemos a trabalhar quando foi a nossa revolução mas ainda nos lembramos e muitas das pessoas que estão no activo na cimpor lembram-se, até porque estavam em início de carreira na altura. isso é um activo que temos para toda esta região e para todos estes países. lembrar-nos como as coisas funcionavam e termos alguma capacidade adicional de viver nesse ambiente, acreditando que as coisas chegarão a bom porto como no caso de portugal», explicou.

francisco lacerda que acompanhou o ministro dos negócios estrangeiros, paulo portas, na visita às instalações da cimpor na região de rabat, em marrocos, disse que a empresa vai abrir uma nova fábrica no país.

«esta fábrica está no limite de capacidade. felizmente, o mercado cresceu e, portanto, vendemos tudo o que produzimos» referiu o presidente da comissão executiva da cimpor que sublinhou que está a lidar com um mercado que cresceu sete por cento em 2011 e que as previsões apontam para crescimentos da mesma ordem no próximo ano, devido ao aumento do número de construções e obras públicas.

como empresário afirma que marrocos é uma oportunidade e que se regista um aumento do número de empresas portuguesas no país.

«vêm-se cada vez mais empresas portuguesas a instalarem operações aqui. uma das realidades que vem ligada às grandes empresas é que com as grandes empresas chegam outras de outras dimensões. as grandes empresas acabam por funcionar como um pólo de atracão ou mesmo como âncora. não quer dizer que se trabalhe em condições de eficiência com empresas portuguesas só por serem portuguesas mas dão-se oportunidades, desde que sejam competitivas, e que de outra forma seriam mais difíceis de conseguir», referiu francisco lacerda.

durante a visita à cimpor o ministro dos negócios estrangeiros reforçou que a diplomacia económica «pode gerar riqueza» às empresas portuguesas e fazer aumentar as exportações.

«quando empresas portugueses exportam, ou se internacionalizam, ao criarem riqueza noutros mercados estão a criar e a manter postos de trabalho em portugal. um dia vai ter de ser assim. portugal muito menos dependente daquilo que importa e muito mais agressivo na internacionalização e com melhores resultados nas exportações que apesar da crise, por exemplo em marrocos, cresceu 28 por cento em termos de exportações», referiu paulo portas que esteve em marrocos desde sexta-feira e que está desde hoje na tunísia onde vai permanecer até segunda-feira.

na capital da tunísia o ministro dos negócios estrangeiros vai encontrar-se com o primeiro-ministro beji caid essebi e com os ministros do planeamento e da cooperação internacional, do comércio e turismo, e dos negócios estrangeiros. a tunísia vai eleger no dia 23 de outubro a assembleia constituinte, para a elaboração da constituição pós-revolução.

lusa/sol