Coesão nacional é também união entre os poderes da República e os poderes regionais

O Presidente da República reafirmou hoje a importância do valor da coesão, lembrando que a «coesão nacional» é também a união entre os poderes da República e os poderes regionais.

«a coesão, nas suas múltiplas vertentes, constitui um valor fundamental», afirmou cavaco silva, numa intervenção num almoço oferecido pela associação de municípios da região autónoma dos açores, em lagoa, ponta delgada.

retomando a questão da importância da coesão e união, uma ideia que têm vindo a repetir nas suas intervenções, cavaco silva lembrou que a «coesão nacional é também a coesão entre os poderes da república e os poderes regionais» e entre os diversos poderes existentes nas regiões autónomas.

além disso, acrescentou, coesão é também «coesão social e geracional», defendendo que todas as políticas públicas têm de ser norteadas por «um princípio de justiça social, quer na distribuição dos recursos, quer na repartição dos sacrifícios».

falando perante autarcas açorianos, num almoço que, ao contrário do que estava previsto no programa inicialmente distribuído aos jornalistas que acompanham a visita de cavaco silva aos açores, não contou com a presença do presidente do governo regional, o presidente da república destacou ainda «o papel essencial» do poder autárquico no desenvolvimento «sustentado e equilibrado» do país.

«a razão que levou os constituintes de 1976 a consagrar o poder autárquico são, no fundo, semelhantes às que os levaram a garantir a autonomia político-administrativa das regiões insulares. ainda que situadas a níveis diferentes de governação, em ambos os casos a preocupação dos constituintes de 1976 foi idêntica: respeitar a diversidade e reconhecer as vantagens da proximidade», acrescentou ainda o chefe de estado.

por isso, continuou, é «vital uma cooperação saudável e um relacionamento harmonioso entre as autoridades regionais e o poder autárquico», já que ambas têm o objectivo comum de afirmar os açores.

cavaco silva, que conclui hoje em são miguel uma visita à região autónoma dos açores, que começou na terça-feira e incluiu todas as chamadas «ilhas da coesão» (santa maria, graciosa, são jorge, flores e corvo), destacou ainda na sua intervenção o problema das acessibilidades destas ilhas mais pequenas, «factor decisivo do desenvolvimento harmonioso de toda a região» e onde «muito há ainda a fazer».

«é fundamental que uma política fundamental de transportes favoreça o desenvolvimento do turismo nas ilhas da coesão», preconizou, alertando, contudo, para a necessidade de se apostar num turismo «exigente e de qualidade» e não num turismo «massificador e destrutivo».

na sua intervenção perante os autarcas açorianos, o chefe de estado aproveitou igualmente para fazer um breve balanço da sua deslocação aos açores, destacando «o inesquecível contacto directo com as populações» das «ilhas da coesão».

«ao longo destes dias, constatei que os açorianos conhecem as dificuldades do presente mas, à semelhança do que fizeram no passado, não estão dispostos a abdicar do futuro. é esta energia admirável que todos os portugueses têm de partilhar», sublinhou.

lusa/sol