‘Confusão’ da abertura do ano lectivo privilegia ensino privado

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou hoje que a “confusão” da abertura do ano lectivo é uma estratégia do Ministério da Educação para privilegiar o ensino privado.

Em declarações aos jornalistas depois de uma visita à escola básica de Campia, no concelho de Vouzela, Catarina Martins lamentou que, a meio da semana de arranque do ano lectivo, haja escolas que “não sabem ainda se terão os professores que necessitam”.

“Todos os anos se repete a confusão da abertura do ano lectivo na escola e esta incompetência do Ministério da Educação só pode ser entendida como uma estratégia para privilegiar o ensino privado”, frisou.

Aludindo à aprovação em Conselho de Ministros do cheque ensino, Catarina Martins criticou que, num momento “em que falta tudo à escola pública, se cortaram os passes sociais para os alunos, os alunos deixaram de ter apoio para os manuais escolares e faltam professores e pessoal não docente nas escolas”, o Ministério tenha a ideia de “canalizar os recursos públicos, da escola pública, para as escolas privadas”.

Na opinião da coordenadora do Bloco de Esquerda, estes “inícios de anos lectivos atribulados, que se repetem sem necessidade”, são marcados por um “profundo desrespeito do Governo pela escola, pelos seus professores e por toda a comunidade escolar”.

“As escolas fizeram o seu trabalho, disseram das necessidades de professores a tempo. É inaceitável que os professores não tenham sido colocados”, considerou.

Na escola de Campia, ficou a saber “do problema de alunos com necessidades educativas especiais que estão em turmas com mais alunos do que é permitido por lei”.

“A solução que está a vir da tutela é, em vez de desdobrar as turmas, tentar excepções para autorizar turmas à margem da lei. Ou seja, sempre mais alunos por turma, sempre desqualificar o ensino”, criticou.

Lusa/SOL