Construtora brasileira prepara retirada de 130 trabalhadores da Líbia

A construtora brasileira Queiroz Galvão informou hoje que prepara a retirada de 130 funcionários que trabalham na cidade líbia de Bengasi, actualmente sob o controlo de opositores do líder Muammar Kadhafi.

Os funcionários «estão bem» e aguardam para seguir viagem em direcção a Trípoli, de onde deverão ser retirados, informou a construtora, num comunicado distribuído à imprensa.

«A Queiroz Galvão informa que actualmente tem 130 colaboradores brasileiros a trabalhar em projectos e obras na Líbia. Todos estão bem e está a ser providenciada a sua transferência de Bengasi para Trípoli, capital do país», referiu o texto, que não menciona a presença de portugueses entre o grupo de trabalhadores.

Hoje, o secretário de Estado das Comunidades admitiu a possibilidade de a maioria dos portugueses em Bengasi poder sair da cidade através de um avião fretado por uma empresa brasileira.

António Braga escusou-se a revelar o nome da empresa, que, por seu lado, também não confirmou à Lusa a presença de portugueses no total de trabalhadores a retirar da Líbia.

A construtora Queiroz Galvão aguarda uma autorização do Governo líbio para que o avião fretado especialmente para a operação possa aterrar em Trípoli, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

O pedido de autorização para a retirada dos brasileiros já foi feito às autoridades líbias pelo embaixador do Brasil em Trípoli, George Ney de Souza.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores há actualmente cerca de 600 brasileiros na Líbia.

Além dos funcionários da Queiroz Galvão, há também brasileiros a trabalhar para a Petrobras, mas a petrolífera estatal ainda não se manifestou sobre uma possível operação de retirada.

Presente na Líbia desde 2005, a Petrobras adquiriu os direitos exploratórios de óleo e gás da área 18, constituída de quatro blocos, com uma extensão total de 10.307 quilómetros quadrados.

A área está situada na região noroeste da costa líbia, no mediterrâneo, sendo que a Petrobras detém uma participação de 70 por cento e o restante pertence à estatal líbia NOC.

Desde 15 de Fevereiro, as manifestações contra o regime de Kadhafi, com conflitos em diversas partes do país, já resultaram na morte de pelo menos 400 pessoas, segundo a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH).

 

Sol/Lusa