Consulado aguarda chegada da família de Renato Seabra

O Consulado de Portugal em Nova Iorque aguarda a chegada à cidade norte-americana de familiares de Renato Seabra, suspeito do homicídio do cronista Carlos Castro, disse fonte da Embaixada em Washington.

«Estamos a acompanhar a situação o mais perto possível que podemos. Tivemos notícia de que familiares [de Renato Seabra] viriam para cá acompanhá-lo. Ele vai precisar», referiu a mesma fonte.

Depois do homicídio do colunista português Carlos Castro na sexta-feira, a Polícia deteve e mantinha ao final da manhã em observação médica na unidade psiquiátrica de um hospital de Nova Iorque o jovem Renato Seabra, que acompanhava o colunista português na estadia na cidade norte-americana.

De acordo com o Sargento Hayes, da Polícia de Nova Iorque, Seabra foi detido de madrugada num hospital onde recebia tratamentos e posteriormente levado para a unidade psiquiátrica do hospital Bellevue, na zona leste de Manhattan.

O Consulado em Nova Iorque, que está sem cônsul há largo tempo e é chefiado pelo chanceler António Pinheiro, tem estado em contacto directo com a Polícia de Nova Iorque, Gospital, Gabinete Emergência Consular em Lisboa e familiares de Renato Seabra, jovem de cerca de 20 anos que acompanhava Castro na estadia na cidade.

Fonte da Embaixada em Washington adianta que o Consulado poderá facilitar contactos, mas caberá à família contratar um advogado para a defesa, o que nos Estados Unidos representa normalmente uma despesa avultada.

«A não ser que haja instruções em Lisboa nesse sentido», a Embaixada não se vai responsabilizar por quaisquer despesas legais ou de alojamento, adiantou a mesma fonte.

Sob custódia policial, Seabra será interrogado pela polícia depois de concluída a avaliação psiquiátrica a que está a ser sujeito.

Deverá então ser deduzida a acusação e espera-se que no início da próxima semana compareça perante um juiz.

Quanto aos restos mortais de Carlos Castro, de 65 anos de idade, ainda se aguardam instruções da parte da família.

Fonte da família do cronista disse esta tarde ao Público que o corpo deverá permanecer em Nova Iorque, dado que Castro tinha manifestado desejo de que os seus restos mortais ficassem na cidade norte-americana, da qual era confesso apaixonado.

Nos próximos dias, a família tornará públicos os detalhes de uma cerimónia de homenagem ao jornalista, disse a mesma fonte.

O corpo de Carlos Castro, cronista de 65 anos que estava em passeio em Nova Iorque desde dia 29 na companhia de Seabra, foi descoberto perto das 19h de sexta-feira, com sinais de violência e mutilação.

Esta manhã o corpo foi retirado do local e o médico legista deverá pronunciar-se nas próximas horas sobre a causa da morte, embora a polícia já tenha avançado que Castro sofreu traumatismos violentos na cabeça e apresentava mutilações nos órgãos genitais.

A hora da morte também ainda não foi determinada.

Lusa / SOL